Ainda não sei o que ocorreu com esse esmalte pois na embalagem constava a mesma temperatura de queima que as peças que não converteram (mostradas abaixo). Notadamente parecem ter "fritado" o esmalte e assim obtive esse efeito devastador....E lá se foi o meu sino em estilo oriental e duas canecas pra sucata...snif..
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Taça para chá
Alguns insucessos....
Danu - a deusa celta - placa sonora em terracota
Fiz essa placa com a imagem da deusa Danu (imagem retirada da web) e idealizei colocá-la numa área ao ar livre para que os fungos e musgos terminassem o trabalho, se instalando nos sulcos que delineam a figura. Acompanha um soquete que fará vibrar o som da placa. Seguem algumas palavras que achei sobre essa deusa:
"Danu é a deusa da terra, da vida e da morte. É descrita como tendo três "faces" ou aspectos: Morrígan(Gralha da Guerra), Blodeuwedd (Dama das Flores, simbolizando a vida) eBrighid (A Mãe, simbolo da fertilidade). Danu é uma entidade tão relevante que o "grupo" de deuses tidos como mais poderosos são comumente designados como"Tuatha Dé Danann" - o povo de Danu. Seu nome aparece em muitos lugares conhecidos. Como o famoso rio Danúbio."
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
A Terra Prometida
Acredito que todo ser humano tenha, em sua essência, um impulso de realizar algo próprio, ou seja, algo estampado com sua marca criativa. Só que poucos percebem suas habilidades e talentos e, dentre esses, raros as desenvolvem. As pessoas vão se acorrentando através de hábitos e opções de vida que muitas vezes são contraditórios aos seus verdadeiros anseios. No percorrer do caminho recebe-se várias “dicas” e se percebe que é possível o despertar e seguir por outra trilha menos usada... aquela da percepção e sensibilidade em cada situação de vida.
A partir desse outro plano de mente passa-se a olhar para o céu, para o detalhe de qualquer ser vivo, simplesmente se abre para a percepção de toda vida. E daí começa-se a transformar uma vida atrofiada por demandas externas em uma outra, que se liberta para se expressar. A força vem de dentro, arrebentando a resistência de anos de intrincados filamentos que aprisionaram a voz, o gesto , a mente. Assim nos revelamos e encontramos a nossa “Terra Prometida”, que geralmente se alcança após 40 anos de peregrinação.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
CPMF...de novo??????
Habitualmente leio o blog do Afonso Vieira (http://afonsocachorrao.blogspot.com/, autor do post “CPMF – Carta aberta aos deputados e senadores” (copiado abaixo) pois ele consegue expressar tudo aquilo que eu gostaria de colocar sobre política além de outras afinidades em termos filosóficos. Esse post em especial, faz parte de uma ação concreta de oposição as intenções do próximo governo de voltar com a CPMF. Eles querem dar continuidade ao trabalho do atual governo, lesando-nos para resolver seus problemas de caixa da forma mais confortável possível, na base da canetada.
Convoco todos vocês a tomar uma atitude similar, o povo brasileiro precisa encontrar vontade e coragem de protestar. Coloque algum protesto em seus blogs contra a volta da CPMF, envie e-mails também aos deputados e senadores com algum texto de repúdio a essa medida que onera a todos e alimenta mais ainda uma gestão desarticulada e desonesta dos governantes.
Segue o texto genial do Afonso:
Prezado(a) deputado/senador(a),
Lembro ainda do blog Xô CPMF com mais detalhes sobre o protesto que já está acontecendo: http://xocpmf.com.br/
A união faz a força!
Convoco todos vocês a tomar uma atitude similar, o povo brasileiro precisa encontrar vontade e coragem de protestar. Coloque algum protesto em seus blogs contra a volta da CPMF, envie e-mails também aos deputados e senadores com algum texto de repúdio a essa medida que onera a todos e alimenta mais ainda uma gestão desarticulada e desonesta dos governantes.
Segue o texto genial do Afonso:
Prezado(a) deputado/senador(a),
Venho por meio deste texto, solicitar que vossa excelência se manifeste publicamente quanto a sua posição sobre a reapresentação da famigerada CPMF.
Tomei a liberdade de enviar esta mensagem com cópia a várias pessoas do meu círculo social, bem como alguns meios de comunicação, para que sua resposta venha alcançar o maior número de pessoas e que, desde já, tenhamos como avaliar os atos dos nossos representantes. Informo-vos ainda que encaminharei texto semelhante aos demais deputados eleitos e respectivos senadores.
É público e notório que o Brasil possui umas das maiores cargas tributárias do planeta, acima dos já exorbitantes 35%, e a arrecadação federal tem crescido ano após ano.
A própria CPMF não acarretou perdas efetivas para o governo federal, haja vista que foi substituída por um aumento do IOF, e, como já citei anteriormente, a arrecadação subiu nos últimos 8 anos o equivalente a duas CPMFs.
Portanto, é uma afronta a inteligência, ao bolso e a moral alheia qualquer tentativa de ressuscitar algo que onere ainda mais o contribuinte, extorquido diariamente pelo governo.
E o que temos em contrapartida? Serviços medíocres, tendo que pagar planos de saúde e escolas particulares para nossos filhos – isto para os que têm condições -, pedágios nas estradas, taxas abusivas por prestações de serviços pífios, até mesmo a segurança tem que ser reforçada por empresas privadas.
Isto é problema de gestão, não de arrecadação!
Há uma infinidade de parlamentares estúpidos, que visando única e exclusivamente a eleição, jogam para a platéia sempre onerando ainda mais o Estado, sem responsabilidade fiscal alguma.
Eu, como cidadão e contribuinte, não quero saber quem criou essa excrescência, muito menos qual argumento para colocá-la novamente em pauta, pois não há nada que justifique o retorno do tributo. Lembro ainda que toda vez que se aumenta a taxação, o custo é repassado automaticamente ao consumidor final, que é quem efetivamente paga a conta pela farra com o erário.
Definitivamente, o maior gargalo do país é com a corrupção: como os “dez por cento” cobrados pela ampla maioria dos parlamentares a cada emenda aprovada pelo repasse ilegal a corruptos e corruptores – estes, de certa forma superfaturam as obras para adocicar as contas de quem lhes favorece com benesses estatais -, e não venha me dizer que isso não existe porque é conhecido por todo cidadão que já entrou e viu como funciona qualquer órgão do poder público, seja municipal, estadual ou federal.
A legislação, assim como a doutrina jurídica - algo extremamente favorável aos que usurpam nossos cofres - contribuem para a impunidade reinante. Basta ver quantos dos atuais parlamentares estão respondendo a processos, ou já responderam, ou ainda, que foram denunciados em esquemas espúrios. Infelizmente, para quem tem condição de pagar um bom advogado, não há Lei. Pode ter vídeo, gravação, documento assinado, nada consegue alcançá-los. O instituto da imunidade parlamentar já deveria ter sido sepultado há anos.
Alonguei-me um tanto neste ensaio, mas aguardo ansiosamente seu posicionamento. E digo mais, não cessarei a cobrança enquanto não obtiver uma resposta oficial, e recomendo aos demais que me lê, a fazerem o mesmo.Desde já, agradeço sua atenção.
Afonso Vieira
Lembro ainda do blog Xô CPMF com mais detalhes sobre o protesto que já está acontecendo: http://xocpmf.com.br/
A união faz a força!
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Comunhão
Ainda me impressiono como num mar de pessoas encontramos, atráves de algum ponto (forte) em comum, pessoas que pensam a vida de forma tão aproximada. Uma filosofia que vem da sintonia, ou seja, de como essas pessoas vibram parecido.
Nas buscas por dicas sobre cerâmica que faço em blogs do mundo afora percebo como um ceramista que está morando no Japão ou EUA coloca ideias e apresenta estilo de vida muito afins a minha maneira de pensar e ser. Afinal chega-se ao pensamento que o ser humano tem suas diferenças mas que, através de certos elos eles se encontram com valores similares.
Nas buscas por dicas sobre cerâmica que faço em blogs do mundo afora percebo como um ceramista que está morando no Japão ou EUA coloca ideias e apresenta estilo de vida muito afins a minha maneira de pensar e ser. Afinal chega-se ao pensamento que o ser humano tem suas diferenças mas que, através de certos elos eles se encontram com valores similares.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Acredite em você!
Quando eu pensava como seria bom poder me ocupar com a cerâmica e assim, devagarinho, ir aprendendo e conquistando alguma habilidade, também passava um certo receio de que toda essa expectativa pudesse ser fantasias, bobagens da minha cabeça.
Mesmo com o pouco tempo que estou trabalhando no atelier já posso perceber que meu receio era completamente infundado. É gostoso sentir como isso tudo faz parte de minha essência e, de alguma forma, parece me ajudar a ser uma pessoa melhor.
Concluo que seguir nosso coração é a melhor tática. Temos que acreditar nessa voz que nos avisa quando algo é importante conquistar, fazer...simplesmente viver!
Primeiro resultado
As figuras mostram minha primeira (e única) peça que “sobreviveu” a todas as etapas de execução. A maioria das outras passaram bem pela primeira queima, porém na vez de esmaltá-las fiz besteira demaaais! Não lamento muito sobre as “perdas” aprendi um bocado com elas, agora estou de volta a modelagem e ao torno..vamos ver o que vai dar !
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
O que te impulsiona a seguir em frente?
Seguir com a sua vida, acordar cedo, ir trabalhar...o que você enxerga à frente que te dá energia?
Sim, estar na tão difamada rotina, encarando a tarefa de manter o “pão-nosso” de cada dia é desgastante e, com o passar dos anos, os questionamentos aparecem e respondê-los fica cada vez mais difícil.
Aguentar a rotina é só para os muito fortes. Chega o momento que não temos mais ilusões sobre pessoas, empresas, encarreiramento etc ...vamos seguindo com disciplina e amor aos que dependem desse nosso esforço, mas tem alguns dias... que o corpo vai mas a mente freia... esses, são dilacerante para mim.
Com esse tipo de insatisfação, “moldamos o caráter” ou a alma? No que nos tornaremos e pensaremos ao final da estrada?
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Entendimento
A necessidade de se expressar é algo que acompanha o ser humano e dá profundidade particular a cada um, delineando personalidade, temperamento e percepção. Não falo somente da questão artística mas dos meios mais comuns, como a forma de falar, vestir, gesticular etc.
Naturalmente expomos nossos sentimentos positivos e negativos, conscientemente ou não. A convivência com essas expressões do coletivo é um desafio entre vontade, paciência, abertura mental e intelectualidade. Os abismos à compreensão são vários, mas um bom começo é perceber a comunicação do corpo, a altura da voz, da violência ou não dos gestos e sobretudo da expressão do olhar. Os aparelhos celulares ou I-pods plugados nas pessoas aliados a indisposição ao outro são fatores que contribuem demais para a intolerância e a falta de comunicação hoje em dia.
A importância de se colocar aberto ao entendimento é simples e vital.... por uma convivência melhor. Não estando ligados em nos sintonizar com o que o outro expressa, dificilmente terminaremos bem o nosso dia. Não podemos ter a visão egocêntrica que só importa o que se tem para falar e nada à ouvir, à perceber.
Quando a comunicação verdadeira ocorre, ela transcende o momento, se registra algo positivo nas pessoas envolvidas, abrindo novas portas da interação entre as pessoas.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Lua de Barro Studio
Estou muito feliz, como há muito tempo não fico.... daquele jeito, quando ainda crianças, que chega o momento de brincar do que mais gostamos.... algo sem preço. O motivo é que concluí a obra do “Lua de Barro Studio” que acredito, será meu espaço de brincar, ousar, quiçá...transcender!
Ele nasceu de uma forte vontade de ter um lugar próprio para desenvolver habilidades. Minha atuação nesse espaço terá como foco o desenvolvimento da técnica da cerâmica, porém, não existe aspecto limitante, pois pretendo desenvolver outras técnicas também, pois gosto xilogravura, desenho/pintura etc.
Minha ideia inicial é conhecer o ofício, e buscar uma expressão própria na técnica de cerâmica. O desdobramento para um outro resultado, como o artístico, não deixa de ser uma possibilidade, porém penso ser muito difícil de se alcançar.
Futuramente, receberei algumas pessoas de meu convívio para participar de certos “happenings” culturais (compartilhar filmes especiais, DVD’s, exposição de algum artista local etc) que pretendo organizar no “Lua de Barro”.
Esse blog será um espaço para as novidades do Studio para que eu possa compartilhar com todos esse novo caminho escolhido por mim. Fico devendo a foto!
Ele nasceu de uma forte vontade de ter um lugar próprio para desenvolver habilidades. Minha atuação nesse espaço terá como foco o desenvolvimento da técnica da cerâmica, porém, não existe aspecto limitante, pois pretendo desenvolver outras técnicas também, pois gosto xilogravura, desenho/pintura etc.
Minha ideia inicial é conhecer o ofício, e buscar uma expressão própria na técnica de cerâmica. O desdobramento para um outro resultado, como o artístico, não deixa de ser uma possibilidade, porém penso ser muito difícil de se alcançar.
Futuramente, receberei algumas pessoas de meu convívio para participar de certos “happenings” culturais (compartilhar filmes especiais, DVD’s, exposição de algum artista local etc) que pretendo organizar no “Lua de Barro”.
Esse blog será um espaço para as novidades do Studio para que eu possa compartilhar com todos esse novo caminho escolhido por mim. Fico devendo a foto!
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Pai
Ele foi um dos pais mais presentes que conheci. Nós cinco, quando pequenos, esperávamos ansiosos sua chegada em casa, sempre tinha briga para abraçá-lo e beijá-lo, falávamos ao mesmo tempo nossas novidades do dia e ele ria quando tapávamos a boca um do outro para reter sua atenção....Íamos acompanhando cada passo dele dentro de casa até que chegasse o momento de ir para mesa jantar. Antes de dormir ficávamos todos juntos em sua cama conversando ou só para estar perto mesmo.
Queríamos um pedacinho daquele homem encantado, com suas estórias incríveis inventadas ao som de alguns clássicos. Conosco sentados em roda, não interessava que ele contasse várias vezes a mesma estória pois ela sempre tinha algo novo a cada versão. Comprava autorama, mesa de ping-pong e brincava conosco, o mesmo com a barraca de acampamento (dormimos os cinco com ele numa metragem quadrada desafiadora). Ele participava de todos os brinquedos, sempre numa atuação competitiva, levando a nos aperfeiçoar pra tentar desbancá-lo...Não podia ser desafiado, senão iria até o limite de suas forças para tentar ganhar....ele se divertia pra valer!
Viajávamos para fazenda sempre na kombi da firma, ele e mamãe na frente é nós enfileirados em pé atrás deles segurando naquele travessão, todo mundo queria ficar na muvuca perto deles. Ìamos falando, brincando entre si até que começávamos a brigar...Ele conseguia dar cascudos e beliscões na gente e dirigir ao mesmo tempo.
Eu sempre fui sua “Juca, minha flor” no meio dos quatro meninos. Juca por ser o nome de um antepassado com fama de destemperado...imagine como eu era quando criança...uma candura! Eu era completamente apaixonada por ele, meu herói, meu galã...Quando pequena falei pra mamãe: Poxa, como papai é lindo, né? E minha mãe tentando me explicar sobre beleza interior, já que papai não se podia chamar de um Sean Connery na época.
Das várias lições de vida que ele nos passou, creio que a garra para alcançar os objetivos e viver os sonhos seja a mais forte. Ele gostava de contar que saiu de Barra Alegre (distrito de Bom Jardim-RJ) aos dezessete anos de idade (1944) “cheirando a capim gordura” para vir à cidade grande com a mala cheia de sonhos.... desde aquele tempo ele já sabia que iria conquistar muitos deles.
Agora ele passa por duras provas, está com sua saúde debilitada e por isso escrevo essas palavras. Aquela pessoa que está naquele leito fez muito por nós e, junto com nossa mãe significam os alicerces de nossa existência.
Pai, obrigada por todo esse universo de sentimentos maravilhosos que você nos deu!!!
Queríamos um pedacinho daquele homem encantado, com suas estórias incríveis inventadas ao som de alguns clássicos. Conosco sentados em roda, não interessava que ele contasse várias vezes a mesma estória pois ela sempre tinha algo novo a cada versão. Comprava autorama, mesa de ping-pong e brincava conosco, o mesmo com a barraca de acampamento (dormimos os cinco com ele numa metragem quadrada desafiadora). Ele participava de todos os brinquedos, sempre numa atuação competitiva, levando a nos aperfeiçoar pra tentar desbancá-lo...Não podia ser desafiado, senão iria até o limite de suas forças para tentar ganhar....ele se divertia pra valer!
Viajávamos para fazenda sempre na kombi da firma, ele e mamãe na frente é nós enfileirados em pé atrás deles segurando naquele travessão, todo mundo queria ficar na muvuca perto deles. Ìamos falando, brincando entre si até que começávamos a brigar...Ele conseguia dar cascudos e beliscões na gente e dirigir ao mesmo tempo.
Eu sempre fui sua “Juca, minha flor” no meio dos quatro meninos. Juca por ser o nome de um antepassado com fama de destemperado...imagine como eu era quando criança...uma candura! Eu era completamente apaixonada por ele, meu herói, meu galã...Quando pequena falei pra mamãe: Poxa, como papai é lindo, né? E minha mãe tentando me explicar sobre beleza interior, já que papai não se podia chamar de um Sean Connery na época.
Das várias lições de vida que ele nos passou, creio que a garra para alcançar os objetivos e viver os sonhos seja a mais forte. Ele gostava de contar que saiu de Barra Alegre (distrito de Bom Jardim-RJ) aos dezessete anos de idade (1944) “cheirando a capim gordura” para vir à cidade grande com a mala cheia de sonhos.... desde aquele tempo ele já sabia que iria conquistar muitos deles.
Agora ele passa por duras provas, está com sua saúde debilitada e por isso escrevo essas palavras. Aquela pessoa que está naquele leito fez muito por nós e, junto com nossa mãe significam os alicerces de nossa existência.
Pai, obrigada por todo esse universo de sentimentos maravilhosos que você nos deu!!!
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Felicidade - by Henry Channing
“Viver contente com poucos meios. Buscar a elegância mais do que o luxo, e o refinamento mais do que a moda. Ser merecedor de respeito em vez de respeitável, e ter dinheiro em vez de ser rico. Estudar com força, pensar em silêncio, falar com suavidade, atuar com franqueza, escutar as estrelas e os pássaros, criaturas e sábios. Suportar com alegria, fazer tudo com valentia, esperar a ocasião, nunca apressar-se. Em uma palavra, deixar que o espiritual, o instinto e o espontâneo se desenvolvam de forma normal. Esta é minha sinfonia.” (Henry Channing).
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Andar e Sentir
Quando caminho na praia sinto ser meu momento de total abertura e percepção das energias desse mundo. É algo tão simples e ao mesmo tempo único, coloco minha mente limpa como um papel em branco e, através dos meus sentidos vou acolhendo imagens, sons, texturas, aromas e sabores. Eles vão bailando, se modificando e eu sou o veículo, o filtro...o portal.
Ao final de algum tempo me sinto plena e ao mesmo tempo cheia de paz, uma alegria cristalina e gostosa, que me transforma a cada passeio...numa pessoa diferente, com percepções renovadas.
Ao final de algum tempo me sinto plena e ao mesmo tempo cheia de paz, uma alegria cristalina e gostosa, que me transforma a cada passeio...numa pessoa diferente, com percepções renovadas.
(foto de Natan General - Site: Olhares)
Quanto menos...MELHOR !
A obsessão de se sentir superior as outras pessoas pelo simples “poder de compra” já existe há muito tempo mas hoje parece ter se tornado um passatempo social. Tendo ou não o legítimo “poder de compra” as pessoas estão aí , com seus vários cartões de crédito para consumirem e, a todo momento, se compararem entre si.
Hoje em dia fico mais impressionada com as pessoas que seguem a direção oposta. Ou seja, quando conheço alguém empenhado em se libertar da pseudo-dependência dos vários objetos/bens realmente dispensáveis para se viver.
Se uma pessoa de classe média observar seu carrinho de compras, vai perceber que se gasta demais com miríades de coisas totalmente dispensáveis(visualizem a quantidade/variedade dos tipos de produtos de limpeza, papel manteiga, papel toalha, alumínio, saco-freezer, guardanapo, amaciante de roupas, tira-manchas, passe-bem, etc.....). Vejam bem, tudo isso não é alimento, são adicionais nem sempre necessários. Eu também tenho cá meu mimos, é verdade, e sinto que posso melhorar em vários pontos. Nossas avós tinham solução pra tudo isso, praticamente sem gastar nada, geralmente reciclando e tendo diferentes hábitos. Hoje, temos a internet que nos auxilia, caso busquemos soluções menos poluentes/dispendiosas.
Cada vez fica mais difícil fazermos dinheiro, mas não nos damos conta de que precisamos também selecionar muito bem com o que vamos gastá-lo. Como JC fala, “dinheiro é energia congelada”, vamos direcioná-lo de forma mais otimizada para suavizar essa tarefa de “ganhar-o-pão-de-cada-dia”.
Se uma pessoa de classe média observar seu carrinho de compras, vai perceber que se gasta demais com miríades de coisas totalmente dispensáveis(visualizem a quantidade/variedade dos tipos de produtos de limpeza, papel manteiga, papel toalha, alumínio, saco-freezer, guardanapo, amaciante de roupas, tira-manchas, passe-bem, etc.....). Vejam bem, tudo isso não é alimento, são adicionais nem sempre necessários. Eu também tenho cá meu mimos, é verdade, e sinto que posso melhorar em vários pontos. Nossas avós tinham solução pra tudo isso, praticamente sem gastar nada, geralmente reciclando e tendo diferentes hábitos. Hoje, temos a internet que nos auxilia, caso busquemos soluções menos poluentes/dispendiosas.
Cada vez fica mais difícil fazermos dinheiro, mas não nos damos conta de que precisamos também selecionar muito bem com o que vamos gastá-lo. Como JC fala, “dinheiro é energia congelada”, vamos direcioná-lo de forma mais otimizada para suavizar essa tarefa de “ganhar-o-pão-de-cada-dia”.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Homenagem - Louise Bourgeois
"Nascer artista é um privilégio e uma maldição. Privilégio porque quer dizer que você é um favorito, que o que você faz não é completamente sem crédito, nem se deve completamente a você, mas um favor que lhe foi concedido. É um privilégio fantástico ter acesso ao inconsciente. Eu tive de merecer esse privilégio e exercê-lo." (Louise Bourgeois)
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Homem & Conhecimento
O conhecimento é resultado da experiência observada pelo homem no meio em que vive complementadas por suas inferências. A partir da forma como o homem adquiri, ou mesmo, desenvolve seu conhecimento, ele vai ser influenciado pelo meio que gerou aquela experiência bem como o meio sofrerá com as experiências/ações oriundas do homem. Interessante ressaltar que o conceito de “meio” está totalmente relacionado à vida em sociedade, que, no final, acaba gerando a “influência” do homem sobre homem.
Hoje em dia pode-se vivenciar a indução do “modus vivendi” do homem através dos meios de comunicação. As rádios tocam o que comercialmente está sendo exigido e pago para ser tocado, os jornais se limitam a noticiar o que politicamente está acordado com as esferas do poder. Entre outras coisas o “meio” se tornou algo que o próprio homem cria e modifica de acordo com os interesses daqueles que governam, legislam e efetivamente “mandam” na humanidade.
Com esse panorama infelizmente a autenticidade do ser humano está comprometida e assim, sua genialidade também. Quando não se propagava tanta informação também não se manipulava tanto o pensamento humano o que muitas vezes resultava em grandes personalidades históricas.
Atualmente o homem acredita ser mais culto, realmente alcançamos uma tecnologia nunca sonhada, o mundo científico avança por descobertas fantásticas. Mas será que isso quer dizer que o homem, hoje em dia, entende mais as coisas que o cerca? A internet oferece qualquer tipo de informação correta ou não a qualquer hora do dia ou da noite. Porém o exercício do pensar, raciocinar, está sendo pouco usado ou até valorizado. As informações rápidas e superficiais parecem bastar aos que procuram entender sobre algum assunto.
A responsabilidade de levar lucidez, senso crítico e um pouco de raciocínio lógico às novas gerações fica dividida entre a família e a escola. A primeira terá sua performance comprometida pelo desagregamento familiar e uma política social interessada em manter níveis de natalidade altíssimos(Brasil). A segunda está nas mãos de alguns profissionais de educação e, dependendo da idade, dos alunos que conseguirem raciocinar “fora da caixa” e esse será o grande diferencial positivo.
A influência do homem sobre o homem pode e deve ser mais positiva no futuro. A sociedade depende da qualidade de seres humanos que optamos ser ou mesmo que optamos formar/influenciar, para que evolua de forma sadia e lúcida.
Hoje em dia pode-se vivenciar a indução do “modus vivendi” do homem através dos meios de comunicação. As rádios tocam o que comercialmente está sendo exigido e pago para ser tocado, os jornais se limitam a noticiar o que politicamente está acordado com as esferas do poder. Entre outras coisas o “meio” se tornou algo que o próprio homem cria e modifica de acordo com os interesses daqueles que governam, legislam e efetivamente “mandam” na humanidade.
Com esse panorama infelizmente a autenticidade do ser humano está comprometida e assim, sua genialidade também. Quando não se propagava tanta informação também não se manipulava tanto o pensamento humano o que muitas vezes resultava em grandes personalidades históricas.
Atualmente o homem acredita ser mais culto, realmente alcançamos uma tecnologia nunca sonhada, o mundo científico avança por descobertas fantásticas. Mas será que isso quer dizer que o homem, hoje em dia, entende mais as coisas que o cerca? A internet oferece qualquer tipo de informação correta ou não a qualquer hora do dia ou da noite. Porém o exercício do pensar, raciocinar, está sendo pouco usado ou até valorizado. As informações rápidas e superficiais parecem bastar aos que procuram entender sobre algum assunto.
A responsabilidade de levar lucidez, senso crítico e um pouco de raciocínio lógico às novas gerações fica dividida entre a família e a escola. A primeira terá sua performance comprometida pelo desagregamento familiar e uma política social interessada em manter níveis de natalidade altíssimos(Brasil). A segunda está nas mãos de alguns profissionais de educação e, dependendo da idade, dos alunos que conseguirem raciocinar “fora da caixa” e esse será o grande diferencial positivo.
A influência do homem sobre o homem pode e deve ser mais positiva no futuro. A sociedade depende da qualidade de seres humanos que optamos ser ou mesmo que optamos formar/influenciar, para que evolua de forma sadia e lúcida.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Indivíduo
terça-feira, 27 de abril de 2010
Entre tropeços e mancadas
Gosto de refletir sobre como certas “químicas” ocorrem no relacionamento humano. Algumas vezes fica só por conta da imaginação e das ligações que fazemos com nossas fantasias. Por outro lado existem outros aspectos que fazem parte do magnetismo humano que podem dar uma ideia depreciativa inicialmente, mas no fundo ocorre o oposto. Pensando de forma mais abrangente, não limitando o assunto ao relacionamento amoroso, percebo que as pessoas se atraem mais pelas imperfeições alheias do que realmente por suas virtudes e qualidades. Ao mesmo tempo que queremos sumir ao darmos aquela mancada fatal ou quando aquele inevitável tropeção nos deixa desconcertados e sem jeito, talvez exista um certo encantamento nesses terríveis momentos. É que não podemos imaginar que outra pessoa possa, de alguma forma, apreciar e se atrair por nossos atos falhos.
Falando em virtudes e defeitos muitos podem dizer que não se atraem pelo feio, imperfeito e/ou “em desenvolvimento”, mas já pensou como seria se as pessoas só se atraíssem pelas qualidades!?!? Não haveria humanidade...O que nos nivela como humanos é exatamente a falibilidade e assim, de alguma forma, esse acaba sendo o elo que nos une, contribuindo para que cheguemos a um grande sentimento, o da compaixão. Essa não é uma ode a imperfeição pois acredito que todos nós almejamos o melhoramento, por mais desgraçados que sejamos de alma e/ou caráter. Mesmo porque a maturidade nos ajuda a buscar os reais valores da vida, que coadunam com o enobrecimento de nossas personas.
Falando em virtudes e defeitos muitos podem dizer que não se atraem pelo feio, imperfeito e/ou “em desenvolvimento”, mas já pensou como seria se as pessoas só se atraíssem pelas qualidades!?!? Não haveria humanidade...O que nos nivela como humanos é exatamente a falibilidade e assim, de alguma forma, esse acaba sendo o elo que nos une, contribuindo para que cheguemos a um grande sentimento, o da compaixão. Essa não é uma ode a imperfeição pois acredito que todos nós almejamos o melhoramento, por mais desgraçados que sejamos de alma e/ou caráter. Mesmo porque a maturidade nos ajuda a buscar os reais valores da vida, que coadunam com o enobrecimento de nossas personas.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Menos
A velocidade imposta pela modernidade compromete cada vez mais a qualidade de nosso viver. Quanto mais rápidos, menos conscientes. De repente nos vemos falando e fazendo coisas que nada tem a ver com nossa maneira de pensar e ser. Num instante, num estalar de dedos, magoamos pessoas, desperdiçamos coisas, passamos por cima da ética...e como num passe de mágica achamos que isso tudo já passou...mas os efeitos ficam. Aperte o freio, vá mais devagar, o que escapulir enquanto se pensa mais e se escolhe de uma maneira sensata o que fazer, não deve fazer tanto estrago quanto viver de forma repentista.
Vivendo mais conscientes, a percepção se aprimora e nos dá oportunidade de apreciar os detalhes que a qualquer momento podem nos trazer momentos de prazer e enlevo. É muito importante o tipo de energia que emanamos, se não estamos conscientes de cada passo, gesto, sorriso que passamos para o mundo, não perceberemos quão importantes eles realmente são para nós e para os que nos cercam.
Mais importante que a velocidade é a direção, para onde vamos tão rápido!?!?
Vivendo mais conscientes, a percepção se aprimora e nos dá oportunidade de apreciar os detalhes que a qualquer momento podem nos trazer momentos de prazer e enlevo. É muito importante o tipo de energia que emanamos, se não estamos conscientes de cada passo, gesto, sorriso que passamos para o mundo, não perceberemos quão importantes eles realmente são para nós e para os que nos cercam.
Mais importante que a velocidade é a direção, para onde vamos tão rápido!?!?
quarta-feira, 7 de abril de 2010
A Páscoa e a Era espacial
Achei arrojado por parte de Joseph Campbell fazer um paralelo entre o simbolismo da Páscoa e a ida do homem à Lua. Parece muito louco, mas no fundo faz sentido, pelo menos fez para mim. Ele coloca a Páscoa que se inicia com o sacrifício, o qual eleva Jesus a uma “outra vida” através da ressurreição, deixando para trás uma tradição (todo seu legado confrontava a tradição judaica vigente). Essa renovação é bem clara quando Campbell diz “somos intimados a escapar da servidão de nossa antiga tradição”. Assim a Páscoa marca a capacidade do homem de se renovar através da “morte” de elementos passados que impedem sua transcendência. Até aí nenhuma novidade, no fragmento abaixo ele explica um pouco sobre essa associação de ideias:
“Após a caminhada na lua, não foi possível mais sustentar o mito religioso que alimentava tais idéias. Graças à nossa visão da ressurreição da Terra, pudemos ver que a Terra e os céus não eram mais divididos, mas que a Terra está nos céus. Não há divisão e todas as noções teológicas baseadas na distinção entre os céus e a Terra ruíram com essa compreensão. Há uma unidade no universo e uma unidade em nossa própria experiência. Não podemos mais buscar uma ordem espiritual fora de nossa própria experiência.”(“Isto és Tu” – JC)
Como explicado acima, a era espacial chegou para romper com muitas tradições e contribuir para o homem renovar sua forma de pensar a vida, tanto em relação a sua presença na Terra como no universo. Algumas pessoas banalizam essa conquista da humanidade, mas isso acontece por não visualizarem que tipo de avanço para nossa mentalidade a mesma trouxe.
A partir da ideia de que “...somos movidos pelo assombro para nossas maiores aventuras”, só podemos renovar nossa capacidade de assombro se conseguirmos mudar, nos renovando a cada momento de virada que a vida nos oferece e não ignorarmos essas chances. O sacrifício de algo estará lá para marcar a relevância de se renascer para uma nova ordem, para uma nova vida.
“A Páscoa não é Páscoa a não ser que nos liberte até mesmo da tradição oferecida por tais festas”.
“Após a caminhada na lua, não foi possível mais sustentar o mito religioso que alimentava tais idéias. Graças à nossa visão da ressurreição da Terra, pudemos ver que a Terra e os céus não eram mais divididos, mas que a Terra está nos céus. Não há divisão e todas as noções teológicas baseadas na distinção entre os céus e a Terra ruíram com essa compreensão. Há uma unidade no universo e uma unidade em nossa própria experiência. Não podemos mais buscar uma ordem espiritual fora de nossa própria experiência.”(“Isto és Tu” – JC)
Como explicado acima, a era espacial chegou para romper com muitas tradições e contribuir para o homem renovar sua forma de pensar a vida, tanto em relação a sua presença na Terra como no universo. Algumas pessoas banalizam essa conquista da humanidade, mas isso acontece por não visualizarem que tipo de avanço para nossa mentalidade a mesma trouxe.
A partir da ideia de que “...somos movidos pelo assombro para nossas maiores aventuras”, só podemos renovar nossa capacidade de assombro se conseguirmos mudar, nos renovando a cada momento de virada que a vida nos oferece e não ignorarmos essas chances. O sacrifício de algo estará lá para marcar a relevância de se renascer para uma nova ordem, para uma nova vida.
“A Páscoa não é Páscoa a não ser que nos liberte até mesmo da tradição oferecida por tais festas”.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
De Volta
Hoje voltei das férias. Nesse primeiro dia de trabalho ainda tenho minha percepção aguçada pelo valioso descanso de 30 dias. Um dos aspectos que percebo importante em um ambiente de trabalho é como a relação com as pessoas nos acrescenta. Tendemos a pensar que só os nossos “amigos escolhidos” é que nos acrescentam afetiva e intelectualmente mas isso é um engano, quantas pessoas nos surpreendem positivamente em lugares e situações diferenciadas!?!?
O ambiente de trabalho pode ser, e muitas vezes é, um ambiente onde cabe certo poder de transformação. Seja no momento do cafezinho onde conversamos descontraidamente assuntos banais mas que podemos perceber cada um com seu jeito e sua forma peculiar de pensar e ser. Ou pode ser também na hora da pressão psicológica onde todos estão alterados, cada um de uma forma diferente, nem sempre civilizada. O conjunto de reações e ações advindos do trabalho tem vários desdobramentos e um deles pode nos acrescentar algo mais elevado do que esperamos encontrar nesse ambiente.
A vida está em qualquer lugar, é só estar ligado para percebê-la!
A vida está em qualquer lugar, é só estar ligado para percebê-la!
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Animus
Essa palavra é originária do latim significa alma, espírito, sopro divino. É o que dá vida aos corpos de todos os seres. Essa essência original e ao mesmo tempo similar a todas as outras em alguns aspectos, é nosso ponto de partida e de saída dessa vida.
Nossa jornada também deve começar por aí, internamente, percebendo-nos, nos conhecendo. Algumas coisas conseguimos mudar em nós ao longo dos anos mas outras não, por que será? Até que ponto conseguimos realmente nos aperfeiçoar?! É o animus que determina isso ou fica por conta de nossa força de vontade!? Talvez simplesmente não se consiga pular etapas, ou seja, não se consegue aperfeiçoar certos desvios antes de outros(que nem percebemos como tais).
O ser humano tem muitas dúvidas e curiosidade em relação ao que chamamos de alma. De acordo com que o tempo passa vamos nos percebendo mais e assim, quem sabe, chegará o momento da revelação e visualizaremos nosso verdadeiro animus.
Nossa jornada também deve começar por aí, internamente, percebendo-nos, nos conhecendo. Algumas coisas conseguimos mudar em nós ao longo dos anos mas outras não, por que será? Até que ponto conseguimos realmente nos aperfeiçoar?! É o animus que determina isso ou fica por conta de nossa força de vontade!? Talvez simplesmente não se consiga pular etapas, ou seja, não se consegue aperfeiçoar certos desvios antes de outros(que nem percebemos como tais).
O ser humano tem muitas dúvidas e curiosidade em relação ao que chamamos de alma. De acordo com que o tempo passa vamos nos percebendo mais e assim, quem sabe, chegará o momento da revelação e visualizaremos nosso verdadeiro animus.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Crescer & Ser
A geração que está aí agora talvez tenha mais dificuldade em passar da fase de criança para a de adolescente e então para a adulta do que as anteriores. Antes tinha-se uma “trilha”, muitas vezes traçada pelos pais é verdade, muitas vezes sem a participação do mais comprometido, porém, já era um empurrão que tirava a criatura da condição infantil para a de uma pessoa “em desenvolvimento”. Quando se passava para a quinta série (hoje sexto ano) por volta dos 11/12 anos de idade, os livros mudavam, já tinham menos figuras e com o vocabulário mais difícil. Os professores já cobravam certa maturidade e postura dos alunos. Em alguns casos o adolescente já participava como força de trabalho, contribuindo para as despesas de casa. Não vejo nada de errado em adolescentes de 14 anos em diante começarem a trabalhar em meio expediente, aliás gostaria que minha filha tivesse essa experiência. Mas hoje em dia parece que você está mandando o adolescente cortar cana como bóia fria, quando se fala em trabalho para essa idade.
Penso que boa parte desse problema esteja nas escolas e no meio familiar. Verifica-se uma infantilização na didática atual, na psicologia e/ou psicopedagogia aplicadas nas escolas. Elas associadas a um meio familiar super protetor e permissivo são responsáveis por esse atraso no amadurecimento, já que tudo pode estragar “a auto-estima do aluno”. Esses momentos de frustração pessoal tem que acontecer mais cedo ou mais tarde, é natural. O que não é natural é não passar por eles e se tornar alguém que não sabe lidar com o “não” e com o desapontamento. Somos falíveis, ora como somos!!!
Talvez nossos ritos de passagem não sejam suficientemente marcantes para valerem como tais. Hoje em dia percebe-se que a aplicação de tatuagens e piercens substituiram em grande parte os bailes de debutantes e de formatura. A antecipação da vida sexual também é visto como sinal de engajamento e “maturidade”. As tribos são muitas e o entendimento pouquíssimo. Percebe-se uma juventude dispersada por excesso de informação (geralmente equivocada e passada goela abaixo), focada no consumo, não importa do quê.
A mensagem é para pais e educadores, vamos ser menos superprotetores, vamos cobrar que as escolas dêem maior responsabilidade aos alunos e não jogar nos pais o compromisso de monitorar o tempo todo os estudos de seus filhos. Corremos o risco deles não saberem agir independentemente.
Sabemos que a violência atual não acontecia na nossa época, mas tudo muda e devemos permitir que nossos filhos tenham a experiência pessoal de interagir e aprendam a lidar com o mundo lá fora. Pois a pior coisa que podemos fazer é contribuirmos para formarmos desajustados.
Penso que boa parte desse problema esteja nas escolas e no meio familiar. Verifica-se uma infantilização na didática atual, na psicologia e/ou psicopedagogia aplicadas nas escolas. Elas associadas a um meio familiar super protetor e permissivo são responsáveis por esse atraso no amadurecimento, já que tudo pode estragar “a auto-estima do aluno”. Esses momentos de frustração pessoal tem que acontecer mais cedo ou mais tarde, é natural. O que não é natural é não passar por eles e se tornar alguém que não sabe lidar com o “não” e com o desapontamento. Somos falíveis, ora como somos!!!
Talvez nossos ritos de passagem não sejam suficientemente marcantes para valerem como tais. Hoje em dia percebe-se que a aplicação de tatuagens e piercens substituiram em grande parte os bailes de debutantes e de formatura. A antecipação da vida sexual também é visto como sinal de engajamento e “maturidade”. As tribos são muitas e o entendimento pouquíssimo. Percebe-se uma juventude dispersada por excesso de informação (geralmente equivocada e passada goela abaixo), focada no consumo, não importa do quê.
A mensagem é para pais e educadores, vamos ser menos superprotetores, vamos cobrar que as escolas dêem maior responsabilidade aos alunos e não jogar nos pais o compromisso de monitorar o tempo todo os estudos de seus filhos. Corremos o risco deles não saberem agir independentemente.
Sabemos que a violência atual não acontecia na nossa época, mas tudo muda e devemos permitir que nossos filhos tenham a experiência pessoal de interagir e aprendam a lidar com o mundo lá fora. Pois a pior coisa que podemos fazer é contribuirmos para formarmos desajustados.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Mysterium Tremendum et Fascinans
“Todos nós nascemos como animais e vivemos a vida que os animais vivem: dormimos, comemos, reproduzimos e lutamos. Há, todavia, uma outra espécie de vida, que é desconhecida dos animais, aquela do assombro ante o mistério do ser, o mysterium tremendum et fascinans, que pode ser a raiz e o tronco do sentido espiritual da existência de cada um. Esse é o nascimento — o nascimento virginal — no âmago de uma vida espiritual propriamente humana.” (Joseph Campbell - Isto és Tu)
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Amor demorado..
Estar num relacionamento há muitos anos é ao mesmo tempo simples e complicado. Simples por não esperarmos muitas surpresas à frente, já se “sabe” o que esperar do outro, e também do que esperam de nós...Complicado por querer romper com essa entediante previsibilidade e ao mesmo tempo não querer colocar em risco o lado bom que o mesmo proporciona, pois tem lados ótimos.
Importante também é não se sentir sentenciado(a) a passar o resto da vida com alguém só porque já está há tanto tempo juntos...parece ridículo..mas tem gente que pensa assim por aí. Questionar e avaliar o porque estão juntos é um bom motivo para se renovarem e resolverem questões pendentes.
As pessoas tendem a acumular coisas negativas em vez de solucioná-las, creio ser por isso que na velhice vemos muitos casais enfrentarem conflitos antigos, pois quando chega a idade, essas pendências reaparecem com força total e os envolvidos passam a disputar entre si em vez de se resolverem em prol da paz e do relacionamento amoroso.
As pessoas tendem a acumular coisas negativas em vez de solucioná-las, creio ser por isso que na velhice vemos muitos casais enfrentarem conflitos antigos, pois quando chega a idade, essas pendências reaparecem com força total e os envolvidos passam a disputar entre si em vez de se resolverem em prol da paz e do relacionamento amoroso.
Por outro lado, essas almas ficam com uma sensação de pertencimento uma com a outra. Aquela troca de olhares de um para o outro, vendo se concorda, se quer aquilo, se continua assim etc. A cumplicidade é uma conquista gostosa que acontece com o tempo. A comunicação fica cada vez mais sutil ao mesmo tempo o entendimento se torna mais silencioso.
Isso tudo faz parte de amar por tanto tempo, mesmo que não se tenha a paixão e o sexo tão fortes como no começo. O que se vive agora, tanto em sua intensidade como em sua nobreza, renovam e estimulam os dois a continuarem....juntos.
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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Vibração
Ontem li algo sobre “nível expandido de consciência”, no site http://www.portalmonroebrasil.com/ por indicação de um amigo, entusiasmado com o tema. Esse nível de consciência era chamado de “viagens astrais” nos anos 80, a nova abordagem desse tipo de prática sugere diferentes vantagens que podem ser obtidas através do método Monroe.
Na verdade, o que me chamou a atenção não foi exatamente esse assunto, que aliás tive algum contato em minha adolescência, mas sim, quando a pessoa entrevistada fala sobre a vibração energética de cada um, e como a mesma possui modulações diferenciadas para cada estado de espírito que porventura passamos. Aquela ideia de vibrar “negativo” ou “positivo”.
Acredito que não aconteça tão binariamente assim, a energia que emanamos deve ter seus desdobramentos sim, porém não de forma tão restrita. Concordo que, de acordo com o tipo de vibração, iremos atrair tipos diferentes de situações e pessoas ao nosso convívio e assim, se explicam algumas situações de vida que nos cercam. Por exemplo, quando percebemos uma pessoa que reclama de tudo, e vê problema em todos os setores de sua vida, geralmente é do tipo que tende a ser hipocondríaco e com mania de perseguição...Alguns comentam: “Nossa, tudo acontece com esse cara...”. E acontece mesmo, não é ficção, ele praticamente mentaliza e profetiza, a cada frase sua, as futuras desgraças de sua vida.
Não sou tão mística a ponto de acreditar que se “comanda” exatamente essas coisas, mas faz muita diferença quando nos colocamos num plano mais lúcido, buscando perceber mais antes de rotular pessoas e situações, buscando harmonia e um alinhamento corpo & mente. Yoga, meditação e outras alternativas não são balela, podem mudar diametralmente a forma de viver, pra melhor. Mais do que executar exercícios meditativos e/ou passar dias em um Ashram, precisamos cuidar de nossos pensamentos, e tentarmos, com a disciplina, suprimir o que não nos acrescenta, o que nos faz vibrar de forma ruim, ou seja, tentar expressar seja interna ou externamente somente o que for válido. Fofocas, maledicências ou qualquer outro desrespeito ao próximo, pensado ou verbalizado, devem ser meticulosamente percebidos e assim extirpados de nosso comportamento. Buscar o aprimoramento da percepção, contar com uma disposição positiva diante da vida. Concordo que a empreitada é difícil...Mas vamos tentando, entre um escorregão e alguns passos adiante, chegando mais próximos de algo melhor.
Na verdade, o que me chamou a atenção não foi exatamente esse assunto, que aliás tive algum contato em minha adolescência, mas sim, quando a pessoa entrevistada fala sobre a vibração energética de cada um, e como a mesma possui modulações diferenciadas para cada estado de espírito que porventura passamos. Aquela ideia de vibrar “negativo” ou “positivo”.
Acredito que não aconteça tão binariamente assim, a energia que emanamos deve ter seus desdobramentos sim, porém não de forma tão restrita. Concordo que, de acordo com o tipo de vibração, iremos atrair tipos diferentes de situações e pessoas ao nosso convívio e assim, se explicam algumas situações de vida que nos cercam. Por exemplo, quando percebemos uma pessoa que reclama de tudo, e vê problema em todos os setores de sua vida, geralmente é do tipo que tende a ser hipocondríaco e com mania de perseguição...Alguns comentam: “Nossa, tudo acontece com esse cara...”. E acontece mesmo, não é ficção, ele praticamente mentaliza e profetiza, a cada frase sua, as futuras desgraças de sua vida.
Não sou tão mística a ponto de acreditar que se “comanda” exatamente essas coisas, mas faz muita diferença quando nos colocamos num plano mais lúcido, buscando perceber mais antes de rotular pessoas e situações, buscando harmonia e um alinhamento corpo & mente. Yoga, meditação e outras alternativas não são balela, podem mudar diametralmente a forma de viver, pra melhor. Mais do que executar exercícios meditativos e/ou passar dias em um Ashram, precisamos cuidar de nossos pensamentos, e tentarmos, com a disciplina, suprimir o que não nos acrescenta, o que nos faz vibrar de forma ruim, ou seja, tentar expressar seja interna ou externamente somente o que for válido. Fofocas, maledicências ou qualquer outro desrespeito ao próximo, pensado ou verbalizado, devem ser meticulosamente percebidos e assim extirpados de nosso comportamento. Buscar o aprimoramento da percepção, contar com uma disposição positiva diante da vida. Concordo que a empreitada é difícil...Mas vamos tentando, entre um escorregão e alguns passos adiante, chegando mais próximos de algo melhor.
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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
A ausência do tempo
Certas atividades nos remetem a uma sensação antiga, de quando brincávamos de algo realmente prazeiro em nossa infância... A ideia de tempo e as outras sensações desaparecem e percebemos somente o nosso “fazer”. Como num transe avançamos em ondas de inspiração e insights que contribuem para aquela “obra”. Tudo acontece em um outro nível de consciência, porém, só percebemos nossa "ausência", quando retornamos.
Dedique-se a uma atividade que te dê a sensação que o tempo parou e conheça o porque de sua presença na terra.
Dedique-se a uma atividade que te dê a sensação que o tempo parou e conheça o porque de sua presença na terra.
Se eu pudesse...
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ...
(Autor: Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXI" Heterônimo de Fernando Pessoa)
A impermanência
Só pensamos na dificuldade de adaptação a qualquer restrição quando estamos nela. Restrições materiais normalmente são mais contornáveis, porém a restrição física seja por doença ou qualquer situação de impedimento parcial ou múltiplo, é dureza.
Poucas pessoas realmente percebem-se saudáveis e aptas no decorrer dos “bons tempos”. Essa consciência é fundamental mas geralmente não acontece.
Na verdade, costumamos nos queixar de não ter tempo para fazer o que realmente gostamos mas no fundo temos aí somente uma questão de prioridade, não de impossibilidade.
A ideia budista da impermanência ilustra perfeitamente o que quero dizer. Ora estamos de um jeito e de repente as coisas mudam...Viver o momento, aproveitar ao máximo nossas possibilidades buscando nos realizar, curtir as pessoas que estão conosco, é o grande barato.
Por outro lado a impermanência nos presenteia com a perspectiva de mudança quando as coisas não estão boas, ou seja, não tem mal que não acabe também.
Viver a impermanência é aprender a viver.
Poucas pessoas realmente percebem-se saudáveis e aptas no decorrer dos “bons tempos”. Essa consciência é fundamental mas geralmente não acontece.
Na verdade, costumamos nos queixar de não ter tempo para fazer o que realmente gostamos mas no fundo temos aí somente uma questão de prioridade, não de impossibilidade.
A ideia budista da impermanência ilustra perfeitamente o que quero dizer. Ora estamos de um jeito e de repente as coisas mudam...Viver o momento, aproveitar ao máximo nossas possibilidades buscando nos realizar, curtir as pessoas que estão conosco, é o grande barato.
Por outro lado a impermanência nos presenteia com a perspectiva de mudança quando as coisas não estão boas, ou seja, não tem mal que não acabe também.
Viver a impermanência é aprender a viver.
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impermanência,
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