sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Magia - por Hermann Hesse



“Nada  está fora, nada está dentro. Pois o que está fora, está dentro”.
“- Nada está fora, nada está dentro. O significado teológico tu o conheces tão bem quanto eu. Deus está em toda parte. Ele está nos espíritos e na natureza. Tudo é divino porque Deus está em tudo e para Ele não existe fora nem dentro. Está identificado com todas as coisas. A isso chamavam outrora de Panteísmo. Vamos agora ao conceito filosófico: a separação de dentro e fora é um hábito mental mas não é forçosamente necessária. Existe para o nosso espírito a possibilidade de transcender as fronteiras que lhe foram traçadas e atingir o Além. E é para além dos limites do nosso mundo e da sua estrutura de pares de opostos e antagônicos, como o Bem e o Mal, o Belo e o Feio e tantos outros, que se abrem novos  e diversos conhecimentos.... E é nesse ponto que começa aquilo que tu mais temes e detestas: a Magia.”(fragmento do conto “Dentro e Fora” do livro “O livro das fábulas” de Hermann Hesse)

quinta-feira, 12 de julho de 2012




“Não servirei  àquilo em que não acredito mais, chame-se isso o meu lar, a minha pátria ou a minha igreja; e vou tentar exprimir-me por algum modo de vida ou de arte tão livremente quanto possa, e de modo tão completo quanto possa, empregando para a minha defesa  apenas as armas que eu me permito usar: silêncio, exílio e sutileza.”
"...Vou te dizer também o que não me apavora. Não tenho medo de estar sozinho, de ser desdenhado por quem quer que seja, nem de deixar seja lá o que for que eu tenha que deixar. E não tenho medo, tão pouco, de cometer um erro, um erro que dure toda a vida e talvez tanto quanto a própria eternidade mesma" (Stephen Dedalus - personagem do livro Retrato do Artista Quando Jovem - James Joyce) 


Durante a vida "morremos" quando determinada etapa já não faz sentido para nossas vidas. Antes dessa "morte" pode ser que já saibamos o que fazer na nova "vida" ou teremos que descobrir. O que importa é seguir fazendo aquilo com que nos realizamos e assim, conquistarmos a paz. Paz que será necessária para crescermos e vivermos no espiritual, preparando-nos para a próxima morte, a da matéria.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Eu vivi minha adolescência nos anos oitenta, época que a classe média com filhos adolescentes sustentava o lema: “Prendam suas cabras que meus bodes estão soltos”, esse era apenas um dos aspectos loucos da mentalidade da época. Consequentemente, num lar extremamente religioso e conservador tive muitos conflitos com meus pais, já que era a única menina entre quatro varões. Como eu, tinham muitas moças passando por situação similar, uma palavra muito usada para definir nossos problemas era “repressão” e para definir a solução “liberdade”.

Na verdade não eram só as moças que sofriam esse tipo de problema pois também ocorriam com os rapazes, porém mais relacionado a seriedade nos estudos e atitudes que vislumbrassem a independência financeira segura. Como muitos, com dezoito anos comecei a trabalhar como garçonete após a faculdade contra a vontade do meu pai, ponto inicial para o que todos, sem exceção queriam fazer, sair da casa dos pais.

O que me levou a entrar nesse “túnel do tempo” foi para comentar sobre como esse mesmo aspecto se modificou nesses trinta anos. Hoje em dia os filhos não querem mais sair da casa dos pais pois não existe mais o famoso “conflito de gerações”, as pequenas diferenças que hoje a minha geração tem com seus filhos adolescentes são ínfimas em relação àquelas dos anos oitenta. De um lado temos a felicidade de compartilhar um convívio amoroso, cheio de cumplicidade e com discussões pouco apaixonadas, de outro temos aquele medo escondido de não estarmos preparando bem nossos filhos para a realidade fora de nossos lares.

Infelizmente só o tempo trará a resposta se estamos certos ou errados, já podendo antever que não existe um resultado absoluto para qualquer das opções. Será que essa geração de agora vai modificar seu comportamento(como nós fizemos) com os filhos adolescentes aplicando a psicologia contrária a nossa, como reação a problemática que talvez venham a enfrentar? Isso nos remete àquela ideia de que vivemos em ciclos, tudo volta, nada é realmente novo.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Férias e amigos - Bebel



A Bebel foi a pessoa que me recebeu de braços abertos e muito carinho em seu apê em Mury, aliás lugar que tem uma energia muito particular e inspiradora. Assim pude me instalar próximo a Friburgo, cidade onde fui ter aulas de cerâmica nas férias.
Graças a ela pude curtir papos super bem humorados acompanhados de boa comida e vinhos para esquentar a alma e as emoções.
Querida amiga, obrigada por toda a ajuda e carinho!!!

Férias e amigos - Marisa




Essa semana volto ao trabalho depois de 30 dias de férias....é uma pena ter acabado mas penso que funciono e produzo mais com várias coisas para fazer...isso é meio doido!?
Essa foto tirei com a ceramista Marisa Poyares, pessoa de alma delicada e fantástica professora. Tive quatro dias de aulas com ela onde compartilhamos ideias, estórias e muito bom humor. Aprendi muito e tenho modificado alguns processos em minha maneira de trabalhar por conta dessas aulas.
Quero deixar meu muito obrigada à Marisa, que muito generosamente compartilhou seus conhecimentos comigo, acrescentando tanto ao meu lado artesão como pessoal.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O Sentido da Vida - Viktor Frankl

"Aquela unicidade e exclusividade que caracteriza cada pessoa humana e dá sentido à existência do indivíduo, faz-se valer tanto em relação a uma obra ou uma conquista criativa, como também em relação a outra pessoa e ao amor da mesma.

Esse fato de cada indivíduo não poder ser substituído nem representado é, no entanto, aquilo que, levado ao nível da consciência, ilumina em toda a sua grandeza a responsabilidade do ser humano por sua vida e pela continuidade da vida"
(Viktor E. Frankl)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O mergulho na vida

Qual a sensação que você tem no seu dia-a-dia? É de estar simplesmente cumprindo as mesmas tarefas e obrigações diárias, numa rotina que nos mata aos poucos?
Sim, todos nós estamos nesse sistema como algo que não podemos mudar, mas na realidade podemos mudar qualquer coisa em nossas vidas, inclusive vivê-la mais conscientemente.

Isso não significa necessariamente jogar tudo pela janela, o que também não o impede de fazê-lo. Verificar, de forma reflexiva, se tudo o que faz parte dessa rotina precisa estar lá e daquele mesmo jeito: quanto a horário, frequencia, tempo duração etc., já ajuda. A partir dessa seleção, descartado o que é possível, algum tempo irá aparecer para você fazer mais alguma coisa que lhe dá prazer, mesmo que isso signifique não fazer absolutamente nada...ócio total.

As vezes percebo que temos preguiça de raciocionar nossas vidas e otimizarmos nossa energia. Não sejamos escravos de nós mesmos.

Sinta novamente o prazer de viver, ou melhor sinta-se vivo com escolhas que só você pode fazer...MUDE.

"Quando um homem não encontra a si mesmo, não encontra a nada"(Goethe)

Helena

(Foto e pensamento -Goethe retirado do blog: http://casinharrumada.blogspot.com/2009_08_01_archive.html )

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Desabafo divino

(Texto atribuído a Baruch SPINOZA,filósofo judeu-português, que viveu na Holanda no sec.XVII )




“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.


Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que tefizeram crer.


Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?


Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.


Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.


Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.


Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se tedivertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?


Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.


Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.


Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.”