terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A paz de espírito - "Nós somos a fonte"



Num cômodo com 50 pessoas, totalmente escuro, entra uma pessoa com uma vela acessa na mão. Essa pessoa beneficia as 50 pessoas. (imagem mental sugerida por Prem Rawat)

A paz deve ser entendida como base para o ser humano viver o seu cotidiano. Ela é conquistada pelo  auto-conhecimento e usada como fio condutor nas opções de vida do indivíduo. Tê-la não significa que a pessoa deixou de reagir ao mundo, ela simplesmente passa a ser um indivíduo desperto.

A busca por conquistar a paz pessoal é inerente ao ser humano. Cada pessoa busca um significado fora de si mesmo, no entanto ele só precisa se interiorizar. Para isso é necessário diminuir a “velocidade” para poder enxergar a transitoriedade, aumentar a percepção e assim compreender mais sobre do quê se trata essa vida.

Essa jornada é definida pela “sede” que cada um tem de preencher signficativamente sua existência. O resultado será de acordo com a intensidade e legitimidade da busca, que muitas vezes só desperta mais tarde na pessoa.

Não se encontra nos livros

Não se encontra nas religiões

Mas em cada um de nós

Devemos olhar  para nós no sentido de avaliarmos como somos, o que é importante, e buscar o que nos traz paz, alegria...Nós somos a “fonte”.



(Esse texto foi baseado numa entrevista de Prem Rawat com a jornalista Giovanna Tassi no Equador https://www.youtube.com/watch?v=l4ws-afz9Tk )

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Condicionamento


                              “O todo da vida, da existência,  é vasto, imensurável                                           e tremendamente potente”(Krishnamurti)

Através de valores passados por tradições famiiares, religião e preceitos sociais, fomos condicionados a pensar e agir de determinada forma. Esse condicionamento é na verdade um molde que nosso cérebro se aprisiona, impedindo que usemos seu potencial, estreitando as possibilidade de nossa mente. Sendo assim nossas aspirações, ilusões, conclusões, formas de agir e reagir ao mundo se limitam a esse  estreito cerco de ideias  ditas como corretas e possíveis. Pode-se dizer que  vivemos a olhar o mundo e as pessoas através de um pequeno furo numa lona, tão limitada é nossa forma de pensar, não chegando a ativar nem 10% de nossa capacidade cerebral.

Muitas vezes temos a arrogância de pensar que um país, cultura ou sociedade é melhor que outra, mas a realidade é que o resultado humano não difere muito geograficamente. Os resultados de nossa civilização na verdade mostram que esse condicionamento não tem ajudado o ser humano a viver melhor,  há milênios o Homem continua: violento, corrupto e infeliz numa dimensão planetária.

No entanto existe uma verdade em nosso íntimo dizendo que algo nos falta, levando-nos então a uma busca. Creio ser a forma que nossa mente/espírito encontrou para nos dizer que existe algo maior fora dessa prisão mental. Porém infelizmente a maioria acaba buscando esse preenchimento dentro do próprio círculo de condicionamento(religiões, ceitas, etc) não alterando em nada sua situação.

Temos que romper energicamente toda a estrutura usada como base para nossas atitudes, construída desde a infância, para conseguir abrir as comportas da percepção, e assim deixar jorrar todas as possibilidades. Ver e captar os elementos sem usar os “filtros” de antes, que faziam as distinções e discriminações, levando-nos agir e reagir de maneira nociva ao outro.  Seria um “deseducar” para adquirir uma visão ilimitada e nova. O que virá disso não temos como saber, mas me parece extremamente libertador e promissor.

Você já conheceu alguém efetivamente livre?


(esse texto foi baseado numa palestra de Krishnamurti, não tenho o registro da data e local)

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A Espera


“A espera não é uma esperança vazia. Possui  a certeza interior de alcançar o seu objetivo. Só essa certeza confere a luz única que conduz ao sucesso. Isso leva à perseverança que traz boa fortuna e provê a força para atravessar a grande água*. (....) Fraqueza e impaciência nada conseguirão. Só o forte pode enfrentar seu destino, pois, graças à sua segurança interior, ele é capaz de resistir. Essa força manifesta-se através de uma incorruptível veracidade para consigo mesmo. Só quando se é capaz de ver as coisas diretamente, tais como são na realidade, sem se deixar enganar nem iludir, é que surge uma luz que permite reconhecer o caminho para o sucesso. A este reconhecimento deve seguir-se uma atuação resoluta e perseverante, pois só quem enfrenta seu destino de modo decidido o realizará. Assim, se poderá atravessar a grande água, isto é*, tomar uma decisão e vencer o perigo.”(Fragmento do capítulo 05 do oráculo I Ching)

Percebo a sabedoria que o texto transmite, acredito realmente que em alguns momentos da vida a atitude mais correta é aguardar os acontecimentos e não fazer movimento algum. Me faz pensar também, que há momentos em que não devemos tentar nos livrar do problema, mas deixá-los amadurecer, pois muitas vezes a precipitação traz a um desfecho pior.

 Entretanto sou feita de um material extremamente inquieto. Atualmente  vivo um desses momentos e, mesmo aos  51 anos parece que aprendi muito pouco sobre a correta atitude de aguardar. Quero me sentir livre do que me incomoda e enquanto isso não acontece fico um pouco “selvagem”. O que quer dizer, fico mais agitada e de vez em quando sai uma expressão ácida, exagerada.


De vez em quando volto a ler o texto do I Ching para me conscientizar mais um pouco, buscando lucidez diante dos fatos. Este texto é bastante profundo, gosto principalmente quando fala que “só o forte pode enfrentar seu destino”, sendo que a fortaleza nesse caso está na segurança interior de  viver o que deve ser vivido, numa total consciência dessa verdade. Força de se manter firme até que chegue o momento certo de agir, mesmo tendo vontade de virar as costas para tudo. “Vontade” com o sentido de capricho é uma infelicidade própria da imaturidade, creio não poder incorrer nesse erro novamente, ou mesmo, não querer.