sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Desfrutar


“A consciência plena faz surgir a concentração. A concentração faz surgir o insight (discernimento). O insight liberta a pessoa da ignorância, da raiva, da ganância. Quando você está livre das aflições, a felicidade se torna possível.”( Thich Nhat Hanh- monge budista)

Todos tem rotina, horário para acordar, fazer as refeições,  compromissos de trabalho e famíliares. Como resultado, tem-se uma repetição massiva de situações que nos  automatiza  e gradativamente nos fecha em ações e pensamentos recorrentes, obscurecendo nossa sensibilidade. Assim, vamos ofuscando alguns bons momentos,  que passam despercebidos no desenrolar de nossa rotina devido a maneira maquinal que nos deixamos levar.


Na filosofia Zen tem-se como foco principal a consciência plena, que engloba o fazer cuidadoso das atividades diárias, mantendo a concentração na ação, através da respiração correta e consciente. Fácil não é, mas pensarmos sobre essas questões e questionarmos nossa maneira de viver já cria um caminho de mudança. Vamos desligar o modo automático e despertar nossos sentidos para desfrutar a vida através de uma percepção nítida e bem vivida da realidade.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Querida Filha


Analise profundamente sua personalidade, suas qualidades e defeitos. Descubra o mais que puder sobre você mesma para que suas opções de vida sejam pautadas nessas premissas. Primeiro respeitamos quem somos, depois pensamos os outros aspectos de qualquer situação em que nos encontremos.

Busco chamar atenção aos momentos e escolhas importantes da vida pois invariavelmente teremos que viver com as consequencias dessas decisões por um bom tempo. Elas fazem parte dos Ritos de passagem, as escolhas acadêmicas, profissionais, amorosas, filhos etc. Infelizmente a vida fica mais difícil se não prestamos atenção ao tempo adequado de cada momento de vida.

Lembre-se que uma péssima opção pode estar disfarçada de “caminho fácil”, e depois de desmascarada é que se percebe a grandiosidade da besteira feita. A preguiça de viver é a pior doença existente na Terra. Não se seduza por ela pois é quase impossível consertar uma vida de indolência quando se chega a meia idade.

O melhor trabalho é aquele que nos aperfeiçoamos por gostar de fazê-lo. Com o domínio da técnica de um ofício, crescemos pessoal e espiritualmente. Aprenda, pratique e seja generosa com seu conhecimento.
                AME
                SEJA AMADA
                SE SUSTENTE E TENHA ALGUMA REALIZAÇÃO COM ISSO

O resto são detalhes.
               


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Liberdade


Andei filosofando sobre antigas questões vendo um programa sobre “base jumpers”, aliás muito bem feito, sobre a jornada de  três  rapazes que planejaram e  fizeram um salto num lugar inóspito da China. Entre paisagens lindíssimas e relatos pessoais interessantes desses jumpers, percebe-se bem a relação deles com a questão da  liberdade. O quanto o desafio aos limites da gravidade é  encarado como condição dessas pessoas só se sentirem livres realmente ao encararem a morte nessa atividade tão perigosa.

 Percebo a questão da liberdade um pouco diferente, bem menos física. Sinto que a liberdade se relaciona com a coragem de enfrentar limitações e conquistar uma prontidão amadurecida para novas etapas e desafios. Paralelamente,  encaramos no dia-a-dia  a difícil disciplina de buscar uma vida interiorizada e harmonizada com nosso ser autêntico. Pensar fora do jugo da mídia é para poucos, liberdade também se encontra  em trabalharmos nosso pensamento para não ser carregado pela força da lavagem cerebral diária. O mercado se empenha demais em formatar as pessoas e direcionar suas vidas para o consumo orientado aos interesses de poucos.

Dentro da mesma ideia, sabemos que somos livres na mesma medida em que lidamos bem com as consequencias de nossas opções legítimas de vida e “pagamos” o preço de não estar atendendo às expectativas do senso comum. De qualquer forma há os que continuam a carregar os grilhões escolhidos por eles mesmos, só não fazem o que querem por não querer viver as consequências. Creio que a solução é achar o”caminho do meio”, onde se muda  gradativamente os aspectos de vida que são massacrantes até chegar a situação almejada.

As vezes radicalizar como os Jumpers pode modificar, de forma instantânea, um bloqueio ou uma atitude subserviente á vida. O importante é vislumbrarmos os vários Caminhos e não desistir da busca. Não há prêmio maior que uma vida plenamente vivida.


(Esse texto se refere ao documentário do canal OFF passado em 04/agosto/2014)

terça-feira, 15 de julho de 2014


Ultimamente percebo o quanto as pessoas reclamam sobre a falta de respeito nas relações cotidianas em todo tipo de situação/lugar. Dizem também que  falta paciência entre as pessoas. Na verdade ninguém quer ouvir o outro, pois parece que somente um lado tem a verdade. Se existe na pessoa o conceito de ouvir como parte de um diálogo (você fala/você ouve e vice-versa), não é uma questão de paciência e sim do justo modo de se conversar, algo ancestral. Outro chavão que não leva a um convívio sadio são as pessoas que se proclamam como “ pavio curto” como justificativa para serem intolerantes.

 Ninguém precisa concordar com as ideias alheias, simplesmente precisa perceber o momento que a conversa não irá mais prosperar e finalizá-la sem agressões.

A intolerância e a  falta de respeito ao próximo está em todo lugar, é  internacional, o crescimento do neonazismo na Europa bem como os conflitos religiosos e étnicos no mundo são exemplos assustadores que vivemos hoje. Não adianta ditar o “políticamente correto”, que tenta regrar cada palavra que se fala em público ou na mídia e colocar em Leis os rudimentos do trato pessoal, é preciso consciência. Sendo assim, vejo como única esperança a educação, não somente a formal (nas escolas), mas principalmente a familiar, que poderá com o tempo melhorar as relações entre as pessoas. 

Nos anos oitenta achávamos “caretas” as pessoas que se comportavam com a chamada “cerimônia”...Penso que nunca se precisou tanto do uso da cerimônia entre as pessoas como hoje. Era impensável que visitando uma amiga da escola abríssemos a geladeira para nos servir, hoje as crianças não olham nem para a dona da casa, entram e fazem o que querem . Infelizmente da cerimônia passamos ao abuso.


Não vamos mudar o mundo, porém, estarmos mais conscientes e nos controlar, tratando com moderação assuntos polêmicos e momentos tensos. Não esquecendo que a educação e os bons modos devem permear qualquer contato humano. Caso não nos tratem com a mesma deferência, o melhor é o silêncio e sair do ambiente, tentar conversar com pessoas sem educação é buscar o conflito.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Tomi Ungerer


Tem pessoas que nos causam grande impacto. São raras e sempre muito autênticas, pois ninguém se impacta com o comum e mundano. Tive essa emoção quando vi o documentário sobre a vida do artista Tomi Ungerer, um alsaciano que viveu os terrores da segunda guerra quando criança, porém, sua arte sobreviveu e refletiu essa e muitas outras  vivências desse grande artista. Autor de livros infantis, livros eróticos e grande ilustrador, Tomi sempre inovou em estilo e impressionou com imagens eloquentes e impactantes, principalmente para época. Ele “pagou o preço” por ser assim, e foi boicotado pela sociedade literária de Nova Yorque que não aceitava que fosse autor de livros infantis e ao mesmo tempo produzisse algo como “Fornicon”( New York, 1970) e “Der Sexmaniak”( Zurich, 1968).

Ele tem uma percepção aguçadíssima e expressou-a artísticamente,   ora de forma bela e poética  ora cheia de irreverência e erotismo. Sua marcar registrada é a tão rara liberdade de espírito. Mesmo depois de passar, ou talvez até por ter passado pela lavagem cerebral nazista, ele desenvolveu um “antídoto” natural que o impede de aceitar qualquer ideia sem antes passar por uma boa reflexão. Em consequência, o que ele julgar ridículo, fatalmente será tratado com deboche e humor cáustico em seus desenhos.

Diante de uma pessoa  assim nos percebemos hipócritas e acinzentados pelos clichês sociais. Vale a pena conferir, não somente pela excelente abordagem do documentário, mas pela chance de refletir sob a ótica de uma pessoa realmente incomum e genuína.

(O documentário está passando no canal Globosat/site oficial do Tomi Ungerer: http://www.tomiungerer.com/ )







quinta-feira, 17 de abril de 2014

Memórias - Karen Armstrong



Meus estudos me mostraram que a busca religiosa não tem a ver com descobrir “a verdade” ou “o sentido da vida”, e sim com viver, da maneira mais intensa possível, no aqui e no agora. Não se trata de cultivar uma personalidade sobre-humana ou ir para o céu, mas de descobrir como ser inteiramente humano – daí as imagens do homem perfeito ou iluminado, ou do ser humano deificado. [...] Certa vez, um sacerdote brâmane perguntou a Buda se ele era um deus, um espírito ou um anjo. Nada disso, Buda respondeu: “Sou um homem desperto!” [...]


Assim, o mito do herói mostra que é psicologicamente danoso viver na terra árida. Quem segue com servilismo as idéias alheias se empobrece e atrofia. [...] A obediência cega e a aceitação impensada de figuras autoritárias podem facilitar o funcionamento de uma instituição, porém as pessoas sujeitas a um regime desses permanecerão num estado de infantilidade e dependência.

(Fragmento retirado do livro “A escada espiral – Memórias” – autora: Karen Armstrong  -Editora Companhia das Letras, São Paulo, 2005)

Mascar chiclete e caminhar...


Não sou budista mas gosto muitíssimo da filosofia e seus fundamentos. Thich Nhat Hanh, famoso monge budista, originário do Vietnã, tenta nos ensinar a necessidade de exercermos a “atenção total” ao que fazemos. Seja caminhar, comer ou cantar, as ações devem ser feitas uma de cada vez, com total foco, sem devaneios mentais. Quando nos propomos fazer as coisas dessa forma, vemos o quanto é difícil, principalmente, depois de receber durante anos a ideia esmagadora que temos que ser multitarefas.

Já há algum tempo se instaurou pressa e ansiedade em tudo o que se faz. Esse comportamento,  as vezes,  é uma agitação que vai tomando conta da pessoa e, quando se percebe, está  fazendo as coisas de forma desfocada sem motivo. No entanto, se analisarmos bem, conclui-se da pessoa que está sempre apressada que, ou ela não sabe equilibrar a quantidade de atribuições que se compromete a realizar ou é uma pessoa que deixa para fazer as coisas sempre em cima do prazo.


Busco fazer as coisas com mais atenção e com isso mais vagar, porém dentro do ambiente de trabalho isso é mais difícil ainda, pois as pessoas tendem nos  cobrar o jeito que elas mesmas fazem as coisas. Como resposta a pressão de se fazer várias coisas ao mesmo tempo e com pressa, respondo que não consigo mascar chicletes e andar ao mesmo tempo...engraçado como as pessoas reagem a essa frase.rsrsr

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Papo Flower Power


É tão bom o encontro com pessoas que vibram na mesma sintonia que nós!
Hoje tive a oportunidade de encontrar uma amiga, a Rosa. Conversamos pouco tempo, mas de forma intensa, percebemos como estamos em momentos de descobertas similares e vivências interessantes.

O que temos em comum é o que, na realidade, penso que todos os seres humanos deveriam ter. Temos uma prontidão positiva para a vida, queremos nos sensibilizar diariamente com a natureza mesmo morando em área urbana, manter nossos sentidos alertas e receptivos, despertando intuições e aflorando nossa mística interior, queremos trocar bons sentimentos com as pessoas, buscamos um viver livre do direcionamento consumista e massivo que nos bombardeia diariamente. Estamos empenhadas em aprender mais sobre nosso corpo e assim melhor tratá-lo.

Tudo isso nos cobrará um preço, obviamente. Talvez para coadunar tudo isso e ser coerente com nossa própria filosofia, temos que abrir mão de outras coisas, mas acredito que gradativamente se consegue, sem muitos sacrifícios,  prescindir de algumas “coisas”.

Nossa felicidade não pode depender de nada, nem ninguém, tem que vir  de nós mesmos, incondicionalmente da paz. Concluo que tudo isso se resume na busca de viver livre de “grilhões” que nós mesmos nos colocamos ao longo da vida.


Estou ainda muito longe de alcançar níveis assim, como dizem, “ainda muita água vai rolar” , mas o bom é que a cada dia as oportunidades se renovam nos possibilitando melhores opções. 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Brasil - Ditadura Comunista


Conversando entre amigos sobre a situação do Brasil atual, concluímos que  estamos vivendo,  já há algum tempo,  uma ditadura Comunista fantasiada de democracia. Temos vários indícios, todos do conhecimento público(não quero imaginar o que ignoramos).  Sei que o assunto é polêmico, cada um tem uma forma de pensar, mas estou revoltada com os desmandos.

Quando, em 2006,  entrei no site do ministério da educação buscando insumos para uma dissertação sobre as escolas brasileiras, encontrei tabelas que detalhavam sobre a quantidade de escolas sem luz elétrica, sem sanitários, sem água encanada bem como as em melhor situação, ali se mostrava a realidade do setor educacional. Um ano depois o site estava totalmente modificado, começaram a omitir informações que pudessem mostrar a verdade, hoje não se vê mais nenhuma notícia ruim. Infelizmente só conseguimos acessar propaganda do governo  nos sites oficiais e toda  a manipulação dos índices, ditos oficiais,  que notadamente não refletem a realidade que vivemos.

Essa ditadura tem características marcadamente comunistas, o envio de recursos à Cuba disfarçado de “importação de médicos” e o controle sistemático dos meios de comunicação(o governo é o maior cliente das redes de TV)  reforçam ainda mais essa marca. Outro aspecto aflitivo é a simpatia do governo, e estreitas relações com os ditadores vizinhos (presidente da Venezuela, presidente da Argentina etc.). Outra questão é a dificuldade de se importar qualquer coisa,  nem as prioridades de itens para  estudos científicos são respeitados.

Em adição, se instaura a desesperança de mudarmos alguma coisa através de manifestações populares, percebe-se que essas pessoas que causam horror e violência nas manifestações, vão com o intuito de invalidar o movimento legítimo, foram contratadas para obscurecer as questões ali reivindicadas,  trazendo medo aos verdadeiros cidadãos.


Vemos que chegamos a uma inversão de valores muito séria no Brasil quando se vive o cúmulo de pagar pensão aos filhos dos assassinos e, assistimos as ações assistencialistas serem adotadas em detrimento de projetos sustentáveis economicamente... . Carecemos de projetos sociais que estimulem o brasileiro a se desenvolver intelectual e profissionalmente, para que desenvolva o respeito próprio e seja capaz de se sustentar com dignidade. A exemplo da Coréia, Irlanda e outros,  o desenvolvimento de qualquer país só se inicia com Educação de qualidade e acessível a todos. Como conseguiremos eleger governantes com essa prioridade se a maioria da população depende desse assistencialismo?


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Brisa


Enquanto a brisa passa, toca…limpa …inspira....me entrego  ao movimento que a  vida  oferece, dançando sob a luz do sol...simplesmente solta..leve!

Wabi Sabi



"Estamos falando de uma sensível visão de mundo que em seu conceito mais básico apresenta a beleza encontrada no imperfeito, incompleto e impermanente. Uma consciência estética que quando trazida para a esfera material abre o caminho para uma beleza capaz de fazer a vida mais agradável.(...) É como observar a serenidade de folhas caídas no chão e descobrir a beleza intrigante e singular de uma rachadura em um vaso de cerâmica" (Laura Sugimoto Gonçalves - fragmento copiado do site  http://watisabiatelier.com )

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Estive lendo um pouco sobre o conceito Wabi Sabi, uma diferente apreciação dos seres e coisas do mundo que  se iniciou no Japão, no século XII, divulgado pelo Zen Budismo.
No mesmo site que cito acima,  a autora define as palavras separadamente, enfatizando que não há uma tradução exata pois existe abertura para outras interpretações:

"Wabi: O oposto da ostentação, o contato com a natureza, a rusticidade, o simples. 
Sabi: A impermanência da vida, a transitoriedade, a ação do ciclo do tempo, marcas que resultam do simples fato de existir."

Percebo que é, antes de tudo, uma filosofia que mostra o valor que o tempo e a maturidade confere  a natureza, aos objetos, ao nosso corpo, aos nossos pensamentos e, principalmente à nossa essência. Quando ajustamos nosso olhar para os princípios Wabi Sabi, novas imagens nos atingem, diferentes valores são atribuídos a tudo o que nos relacionamos. É a beleza das mãos de um lavrador, que revela as marcas de sua jornada e registra ali:  trabalho, habilidade, esforço, sabedoria, dignidade, simplicidade...Nos leva a uma leitura mais madura dos sinais, nos dando a oportunidade fantástica de alcançar novos saberes e percepções.

 É o que se adquiri quando se lê um livro interessante, não adicionamos simplesmente  à nossa mente o que o autor pensou e escreveu, isso é dele, o mais interessante e rico é o conhecimento produzido por nós, que mistura as ideias do livro com nossa bagagem intelectual nos revelando um terceiro saber, único e legítimo, isso é Wabi Sabi também.

O conceito estético do Wabi Sabi atinge sobretudo o ambiente que vivemos e seus objetos, sendo também muito transformador, particularmente em um mundo que desvaloriza o velho, o usado, o gasto...ou seja, o que entendem por coisas ultrapassadas e prementes de descarte. Wabi Sabi vem nos mostrar o valor do que é feito com as mãos, artesanalmente, aceitando as possíveis imperfeições como registro humano, não como falhas em si. É notar a energia de cada material pois todos os detalhes influenciam o ambiente e atinge diretamente o nosso bem estar.

Aprender a viver (bem) a impermanência é uma constante presença em minha mente. É a busca em aceitar o que inevitavelmente temos que vivenciar seja bom ou ruim. Pensar que somente coisas positivas virão às nossas vidas não nos ajuda, pois as negativas  terão seu momento de chegar também.  Essa “aceitação”  é um dos maiores desafios da vida, no entanto, se chegarmos a viver bem esse aspecto, a felicidade nos virá serenamente e genuína, bem como a prontidão para as situações, conquistada lentamente, guiando-nos sabiamente nos caminhos ainda não trilhados.