Meus estudos me mostraram que a busca religiosa
não tem a ver com descobrir “a verdade” ou “o sentido da vida”, e sim com
viver, da maneira mais intensa possível, no aqui e no agora. Não se trata de
cultivar uma personalidade sobre-humana ou ir para o céu, mas de descobrir como
ser inteiramente humano – daí as imagens do homem perfeito ou iluminado, ou do
ser humano deificado. [...] Certa vez, um sacerdote brâmane perguntou a Buda se
ele era um deus, um espírito ou um anjo. Nada disso, Buda respondeu: “Sou um
homem desperto!” [...]
Assim, o mito do herói mostra que é
psicologicamente danoso viver na terra árida. Quem segue com servilismo as
idéias alheias se empobrece e atrofia. [...] A obediência cega e a aceitação
impensada de figuras autoritárias podem facilitar o funcionamento de uma
instituição, porém as pessoas sujeitas a um regime desses permanecerão num
estado de infantilidade e dependência.
(Fragmento
retirado do livro “A escada espiral – Memórias” – autora: Karen Armstrong -Editora Companhia das Letras, São Paulo, 2005)
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