quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2012 - Um pedaço do tempo

O que pretendemos fazer das nossas vidas no próximo ano..?!

Queremos tanta coisa! Mas será que precisamos ou devemos perseguir todos esses objetivos?

Qualquer início de ano nos faz planejar e, paralelamente, tentar prever o que conseguiremos conquistar nos próximos 365 dias. A modernidade nos impele a querer ter o controle total de nossas vidas e, mesmo cientes dessa impossibilidade, buscamos manter as rédeas em nossas mãos.

Talvez devêssemos pensar mais como plano e não como objetivo, meta. Quando colocamos como plano fica mais leve, nos abre a percepção para mudanças e adaptações no meio do percurso. Abre espaço também para a ação das energias invisíveis e do acaso. Já a ideia de ter que executar nos confere certa rigidez na forma de pensar e agir, ocasionando mais frustações do que real contribuição às nossas vidas.

Façamos nossos planos, depois, analisemos de forma menos apaixonada esses desejos e vontades para então adaptarmos tudo isso a uma boa qualidade de vida para nós e para os que nos cercam.

Vamos celebrar mais um pedaço de tempo denominado 2012. Cientes de que não serão só flores mas que elas não deixarão de brotar e perfumar nosso planeta.

SAÚDE, AUTO-CONHECIMENTO E MUITAS FELICIDADES EM 2012 PARA TODOS!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Abismo - Beatriz Erthal

Quando estamos de pé a beira do abismo é difícil olhar para baixo, temos medo de que, se olharmos, ele se torne maior ou faça-nos sentir tão insignificantes e indefesos que não sentiríamos a capacidade de combatê-lo.Temos medo de cair e sermos reduzidos a nada pela sua magnitude, temos medo de sermos tragados por ele de forma a não restar nada. Ficar parado, sem se mover, de olhos fechados, parece ser sempre a melhor opção em frente ao medo, a opção certa e segura a se fazer, mas se permanecermos assim, não teremos a chance de ver como ele realmente é, qual é seu verdadeiro tamanho e sua forma. Mas o medo da queda é algo que nos faz recuar, é difícil conseguir chegar a sua beirada, inicialmente rastejamos com dificuldade, sem abrir os olhos, temendo, de forma a querer recuar e voltar para sua posição segura, mas não, estamos em um ponto que não há mais volta, é enfrentar ou deixá-lo nos subjugar, então é quando se toma uma decisão, é uma decisão perigosa, talvez sem volta, uma decisão que apenas cabe a cada um de nós, e ela pode mudar nossa vida.


Cada um tem seu próprio abismo, eles podem ser grandes ou pequenos, dependendo de quem o enfrente ou da forma que enfrente, mas todos eles tem o mesmo fim, e somente quando abrimos os olhos podemos ver a finalidade do nosso. Infelizmente só conseguimos fazê-lo quando caminhamos até sua borda e nos atiramos nele, de corpo e alma. Temos medo sim, mas quando finalmente nos lançamos, percebemos que a queda não é tão grande, a dor não é tão intensa, e a magnitude que achávamos que ele tinha, era apenas uma ilusão. Ao percebermos que nós o derrotamos, o medo cessa juntamente com o arrependimento, e o que resta no lugar é o seu verdadeiro eu, renovado e completo, não o mesmo eu que começara a jornada, mas um eu mais forte, corajoso e capaz, o qual se revela finalmente após ficar tanto tempo adormecido dentro de uma casca. Assim você percebe que esse era simplesmente você, o tempo todo, apenas não conseguia percebê-lo no início, mas agora ele está lá, claro e inquestionável.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A recompensa

Analisando minha trajetória, pude verificar que nem sempre vivemos realmente, no sentido pleno da palavra. Posso dizer que tive uns oito anos de vida automatizada, principalmente no começo de minha vida profissional. Não sei se isso ocorre com a maioria mas vejo como desperdício se não acordamos para esse fato dentro de um tempo razoável (no meu caso acho que demorei até demais...rsrs).


Imbuída de muito energia e determinação iniciei a vida profissional com a ideia de “ralar” pra chegar a “merecer” legitimamente melhores cargos, salários e toda essa “estória pra boi dormir”... Só que com o tempo, anos de dedicação, você percebe que aquele esforço todo não é, e não será recompensado. Por ser a pessoa que funciona você é escolhido para PERMANECER ali....cri ...cri (esse é o grilinho que diz que a gente parou no tempo e do jeito errado). Como no livro de William Somerset Maugham, “O Fio da Navalha”, o personagem diz(mais ou menos assim), após terrível sofrimento:”Eu pensei que trilhando o caminho correto e sendo uma boa pessoa eu teria uma recompensa.....mas agora percebo que não existe recompensa”.


Sejamos sérios, profissionais mas não vamos nos iludir, estamos no mundo das aparências, ou optamos em fazer esse jogo, ou, se é muito pro nosso estômago aguentar, teremos que seguir em paz e preocupados em descobrir nessa vida várias formas de realização.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Mudanças

"O problema, na meia idade, quando o corpo atingiu seu poder máximo e começa a declinar, é identificar se, não com o corpo, que decai, mas com a consciência de que ele é um veículo. Isto é algo que aprendi com os mitos. Que sou eu? Sou a lâmpada que contém a luz ou sou a luz de que a lâmpada é o veículo?" - (J.Campbell)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Encostei-me

(Poesia de Alvaro de Campos - Fernando Pessoa)


Encostei-me para trás na cadeira de convés e fechei os olhos,

E o meu destino apareceu-me na alma como um precipício.

A minha vida passada misturou-se com a futura,

E houve no meio um ruído do salão de fumo,

Onde, aos meus ouvidos, acabara a partida de xadrez.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Estética




O termo vem da palavra grega aisthetike, que significa sensível. Daí já se entende que a percepção estética depende do tipo ou nível de sensibilidade daquele que observa, trazendo em si um fator limitante ou não de acordo com a pessoa. O feio e o belo perdem-se em questões já muito discutidas, mas o que prevalece, o que realmente importa é se o observador teve o que chamam de “enlevo”. Esse aspecto é determinante, é o que realmente vai dizer ao que contempla uma obra, se a mesma merece ser chamada assim. O resto fica por conta do blá, blá, blá da curriola do mercado de arte.


A partir do momento que entra a questão dinheiro, se perde a poesia. Daí já não se contempla, se avalia, já não se sente mas se cobiça.

No blog de novo

Meu silêncio tem a ver com vários fatores, o mais preponderante foi o tempo. Minha vida esse ano teve sua rotina modificada e, infelizmente, para pior......

o melhor de uma situação ruim é saber que não durará para sempre, ou pelo menos eu não durarei para sempre...rsrss O importante é que hoje tive um tempo para voltar a pensar um pouco para escrever e escolher uma bela foto da Toscana.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O infinito universo dentro de nós

Ao viver um momento de adversidade, nos colocamos inicialmente num plano mental negativo e agressivo. Não aceitar viver os momentos difíceis é uma reação comum a qualquer ser humano. Já num segundo momento, quando se constata a inevitabilidade de passar por aquela situação, passa-se a perceber os aspectos que circundam o problema e então inicia-se uma análise mais profunda da situação.

Ao fazer isso a pessoa mergulha em seu “abismo”, procurando respostas, um melhor entendimento. Obviamente isso tudo é acompanhado de sofrimento e medo, porém esse mergulho em si mesmo nos traz de volta a percepção de nós mesmos, contribuindo para encontrarmos novamente a “luz”. Como no poema de Roethke, “Num tempo de trevas o olho começa a enxergar”.

Essa “luz” é uma mistura da aquisição de um novo saber e a libertação que ele proporciona, pois todo sofrimento traz em si a oportunidade de evoluir, amadurecer, enfim, mudar!
E assim o aprendizado se faz e passa-se a retomar a vida com uma nova perspectiva, mais seguros e destemidos.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Felicidade - by Beatriz Erthal de Lorenzo (minha filha)


As coisas simples que não damos valor,
A natureza que não percebemos a cor,
O amor das pessoas ao seu lado,
Que dia-a-dia por nós não é notado.
O que importa na verdade,
É o aprendizado com a idade,
A evolução da mentalidade.
Quando finalmente, a esse ponto chegar,
Saberá o que "felicidade" pode significar.


Percebendo o amor,
A inocência da flor,
O porque da dor,
Poderemos aproveitar,
O que realmente a vida tem a nos dar.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011