quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!
(Mário Quintana)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

The Road Not Taken


Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth.

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same.

And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.

I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I--
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.
(Author: Robert Frost -1915)

Auto-Retrato Falado


Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que
fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.
Autor: Manoel de Barros

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"Demônio é a palavra que usamos para designar os deuses de outras pessoas"(Joseph Campbell)


Que obstrução existe em sua vida, e como você a transforma em radiância? Qual o maior obstáculo em minha vida? Na Ìndia, os demônios são, na verdade, obstrução à expansão da consciência. Um demônio ou diabo é um poder que existe em seu interior e que ainda não recebeu expressão plena, como um deus não identificado ou reprimido. Quem não consegue compreender um deus, vê nele um demônio.

Tudo que as pessoas estão tentando fazer é expandir a consciência, para que o conhecimento e o amor situem-se em horizontes cada vez mais amplos. É isso que acontece quando a kundalini sobe: mais e mais de seu corpo irradiam luz e consciência."(Joseph Campbell - Reflexões sobre a Arte de Viver - pag. 159)