terça-feira, 15 de julho de 2014


Ultimamente percebo o quanto as pessoas reclamam sobre a falta de respeito nas relações cotidianas em todo tipo de situação/lugar. Dizem também que  falta paciência entre as pessoas. Na verdade ninguém quer ouvir o outro, pois parece que somente um lado tem a verdade. Se existe na pessoa o conceito de ouvir como parte de um diálogo (você fala/você ouve e vice-versa), não é uma questão de paciência e sim do justo modo de se conversar, algo ancestral. Outro chavão que não leva a um convívio sadio são as pessoas que se proclamam como “ pavio curto” como justificativa para serem intolerantes.

 Ninguém precisa concordar com as ideias alheias, simplesmente precisa perceber o momento que a conversa não irá mais prosperar e finalizá-la sem agressões.

A intolerância e a  falta de respeito ao próximo está em todo lugar, é  internacional, o crescimento do neonazismo na Europa bem como os conflitos religiosos e étnicos no mundo são exemplos assustadores que vivemos hoje. Não adianta ditar o “políticamente correto”, que tenta regrar cada palavra que se fala em público ou na mídia e colocar em Leis os rudimentos do trato pessoal, é preciso consciência. Sendo assim, vejo como única esperança a educação, não somente a formal (nas escolas), mas principalmente a familiar, que poderá com o tempo melhorar as relações entre as pessoas. 

Nos anos oitenta achávamos “caretas” as pessoas que se comportavam com a chamada “cerimônia”...Penso que nunca se precisou tanto do uso da cerimônia entre as pessoas como hoje. Era impensável que visitando uma amiga da escola abríssemos a geladeira para nos servir, hoje as crianças não olham nem para a dona da casa, entram e fazem o que querem . Infelizmente da cerimônia passamos ao abuso.


Não vamos mudar o mundo, porém, estarmos mais conscientes e nos controlar, tratando com moderação assuntos polêmicos e momentos tensos. Não esquecendo que a educação e os bons modos devem permear qualquer contato humano. Caso não nos tratem com a mesma deferência, o melhor é o silêncio e sair do ambiente, tentar conversar com pessoas sem educação é buscar o conflito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa tarde, Helena!

Vejo com alegria que seu texto continua trilhando o bom caminho de quem enxerga o mundo com rara sensibilidade. Sua abordagem, em aspecto singular, se reveste da clareza necessária para lançar luz sobre os temas mais obtusos e controversos, como este, por exemplo.
Comungo da mesma idéia de que somente através da Educação será possível reverter esse quadro. Mas vejo com tristeza as diretrizes traçadas pelos nossos “governantes” para nossas prioridades.
Estamos vivendo sob o signo da obsolescência, tanto no campo tecnológico como no campo das idéias. Um dia atropela o outro numa correria desenfreada e quase tudo se justifica na necessidade de dar lugar ao novo. Não porque seja melhor, mas apenas porque é novidade.
Perdoa a falta de tempo. Se possível volto ao assunto...

Um abraço!