quinta-feira, 12 de março de 2009

solidão@parafernáliaeletrônica.com.br



Não é novidade, mas cada vez mais as pessoas parecem crer que nasceram com a necessidade de ficarem “plugadas” 24h com algum tipo de comunicador. Invariavelmente num ambiente de trabalho fica-se com e-mail, messenger, fax, telefone fixo(com dispositivo de conferência, viva voz etc) e celular ligados. Até aí, tudo bem. Trabalho é trabalho, nesse contexto todos esses dispositivos são válidos... por 08 horas. O interessante é que, cada vez mais pessoas estão adquirindo os mesmos aparelhos para suas casas e depois do trabalho ainda continuam dispensando horas com comunicação virtual.... ( ) ouvi alguém colocar a carapuça?! Mal se comunicam com seus familiares...comem algo em frente aos computadores, recebem ao mesmo tempo várias mensagens de texto no celular e no MSN enquanto dedilham algum e-mail.

Pode-se perceber um comportamento peculiar, e cada vez mais frequente, que nasceu com o telefone celular. As pessoas despejando suas carências nesse pequeno aparelho - assim escutamos: “Estou saindo do ônibus” ou “Já terminei o almoço”. Elas estão ligando para outras pessoas que têm esse mesmo quadro afetivo e relatando cada etapa de suas rotinas....lembro: rotinas. Nesse caminho, as pessoas vão se transformar em que?

Parecemos entorpecidos com tantas novidades eletrônicas, chega-se ao cúmulo de pessoas se sentirem numa competição para quem vai adquirir o aparelhinho mais “muderno”. Infelizmente, apesar de tanta parafernália eletrônica estamos ficando cada vez mais sozinhos, carentes e frequentando menos a casa das pessoas que gostamos. Uma conversa por telefone não substitui a cumplicidade e o calor humano de um encontro. A escrita sempre vai causar danos às relações. Não podemos perceber quando o outro está com os olhos cheios d’agua, e assim passamos a outros assuntos sem dar a devida atenção e carinho. Com toda essa modernidade perdemos a comunicação do corpo e os seus encantadores e sutis detalhes.

E-mail é bom, blog é bom, celular é bom mas o contato humano é sempre melhor!! Seria ideal escolhermos momentos sagrados os quais desligamos os celulares, blackberries etc. São eles: as refeições, quando fazemos alguma atividade física ou meditativa (exercícios, yoga, passeio de bicicleta etc), namorando, ouvindo música, vendo a lua, tomando um vinho; ou seja, todos aqueles momentos que não devemos interromper. Esteja inteiramente presente para aproveitar, com qualidade, os pequenos e importantes momentos da vida!

Um comentário:

Ricardo Kersting disse...

Oi Helena, texto fantástico de novo! Podemos acrescentar DVD do carro TV digital e GPS! Há alguns outros que eu nem sei o nome, mas tem gente que não sai sem eles..Só um pouquinho deixa eu atender o celular.. Alô?. Brincadeira o meu celular não toca há meses.. O que mais me preocupou lendo o texto é o conteúdo extremamente relevante que recheia toda essa comunicação.
Tem gente que senta ao teu lado no cinema e fica contando o filme via celular, aí não tem quem aguente!
Mas.. será que a gente conseguiria
ficar um dia sem estar conectado?
Experimente ir ao supermercado sem o celular, eu não consigo.
Penso que a necessidade de estar permanentemente ligado veio junto com a modernidade. Claro há causas e consequências ou o caixa paga e recebe e ainda "nada é tão bom que não possa ficar ruim um dia"!
Mas o que vale que ainda não estamos usando código de barras com data de validade na testa!!!
Beijos-Bip.