quinta-feira, 30 de abril de 2009

Para Lili

"Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.

Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração.

Não me façam ser quem não sou.

Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente.

Não sei amar pela metade.

Não sei viver de mentira.

Não sei voar de pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre"


( Clarice Lispector - pessoal não tenho certeza que é dela pois não retirei diretamente de um livro - mas é muito bom! )

quarta-feira, 29 de abril de 2009

“O ego é o inferno” (Osho – livro: “Além das Fronteiras da Mente”)

Geralmente quando estamos em meio a algum problema não percebemos que a maior parte deles nascem das opções e caminhos que escolhemos anteriormente. A frase de Osho esclarece qual seria a maior fonte dos infortúnios humanos: o danado do ego. O resto fica por conta dos desastres naturais e problemas alheios que optamos por adotar, ou seja, quase nada.

Relutamos em aceitar-nos como parte dos problemas. O início de tudo está no “ego” exagerado que nos induz a um conceito de nós mesmos muito positivo, em alguns casos, fora do normal. Se somos tão bacanas, como admitir que certos problemas foram causados por nossa vaidade, egoísmo, ganância entre outras coisinhas menos elevadas?!!
Tem um jeito fácil de perceber quando estamos tendo uma recaída, é quando tomamos uma postura defensiva. Na defensiva deixamos de ouvir o outro, fechamos nossos sentidos para evitarmos a realidade de nós mesmos. Outro jeito é aquela velha fórmula, “o mundo inteiro está errado e nós é temos a razão”.

Precisamos mais do que simplesmente admitir os desvios que fazemos na forma de “entender” as coisas. Claro que não é simples desapegarmos de hábitos antigos e passarmos a exercitar um ponto de vista diferente em nosso cotidiano. Por outro lado pode ser um grande avanço questionarmos como tal problema começou, rebobinar a estória desde de sua origem e assim tentar evitá-lo no futuro.

Creio que Osho carregou demais, o ego é quase um inferno. Afinal temos que nos amar muito mesmo .....

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Jovens & Velhos


Assisti a um programa sobre a velhice no Eurochannel, um formato interessante onde cada um simplesmente falava sobre a questão em suas variadas facetas. Fiquei assombrada como as pessoas entrevistadas se colocaram em relação a velhice e aos idosos em geral. Tinha relatos de crianças, adolescentes e adultos de várias idades, com um intervalo de 30 aos 70 anos, todos alemães. Ou seja, não foram entrevistadas pessoas entre 40 e 60 anos. Quiseram saber a opinião dos bem jovens e dos bem velhos.
Alguns pontos que considero importantes comentar: ambos os lados foram unânimes em não se interessarem pelo o que cada um tem a falar. Os jovens se sentem deslocados nos assuntos dos idosos e vice-versa. O pior é escutar um idoso dizer que não tem nada à aprender com os jovens! Já as crianças tinham mais a noção de que têm bastante a aprender com os velhinhos, porém os adolescentes e adultos não. Uma preocupação constante dos jovens é se terão saúde para aproveitar a velhice, agora não sei se a preocupação é acompanhada de alguma atitude prática. Os idosos já valorizam mais funcionarem mentalmente, a saúde física já é considerada como um bônus adicional, eles se dizem satisfeitos, que tiveram vidas plenas tanto de coisas boas como de sofrimentos. Se olharmos pelo aspecto histórico temos que ressaltar que esses idosos passaram pela segunda guerra e tiveram seus pais evolvidos na primeira...carregam um sofrimento enorme, e muito à ensinar. Mas estão isolados socialmente, pelo menos mais claramente na Alemanha. É triste ver como essas gerações não conseguem aproveitar o que cada uma oferece de bom e se adaptarem da melhor forma possível ao que não é tão bom nesse relacionamento entre as elas. Me decepcionei mais com a ala jovem, principalmente pela total falta de interesse pela experiência vivida por pessoas que passaram por guerra. Infelizmente conclui-se por esse documentário que a humanidade está perdendo o respeito pelos mais velhos e suas experiências, muito enfatizadoe valorizado nas antigas culturas.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Algo sobre Arte

Kandinsky
Comunicadora de tudo que nosso inconsciente acumula ancestralmente, do que pulsa no ser humano e quer sair, se revelar. Esses símbolos, cores, linhas, volume, vazio, sons, significados, etc formam um catálogo de milhões de possibilidades.

Para defini-la somente a sensibilidade e a percepção podem ajudar, mas é necessário estar ligado a uma dimensão sutil, cujo acesso não é alcançado por muitos.

Para realizá-la, precisa-se de uma mistura de desprendimento da realidade (algo insano) com o divino. Esses dois lados se misturam e maltratam o artista, até que através desse embate criador, ele consegue dar vida através da forma, cor, brilho, nuances...Ele extravasa toda a sua inquietação até que finalmente a conclui...deixando um pouquinho de sua alma àquela criação. Ela carrega pra sempre essa energia que a faz diferente de tudo no mundo, caracterizando-a como arte, deixando-a atemporal.

Quando o cansaço e o êxtase deixam o artista ele já inicia um outro embate...
Sempre em busca de sua obra prima!!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Lugar Sagrado

Joseph Campbell diz que todos nós temos que escolher e ter um “lugar sagrado”. O artista geralmente tem seu estúdio ou atelier que faz esse papel. Para os simples mortais, esse espaço pode ser um quarto, um cantinho, algum lugar que se possa colocar as referências estéticas, filosóficas, religiosas etc. Existem outros lugares que são escolhidos por serem fora de nossa rotina, como uma casa de campo, ou praia mas geralmente não podem nos ajudar em nosso cotidiano.
Esse lugar sagrado deve ter imagens, sons, qualquer coisa que nos remeta a nossa essência, que se perceba uma expressão particularizada de nós mesmos. Ele é um refúgio, um útero, um abrigo, uma caverna. Em um mundo que nos distancia o tempo todo do essencial, ele nos ajuda a lembrar o que é importante na vida.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

deusa Fúnebre

(Malczewski, Jacek - Polônia - 1902)
Gostei muito das opções feitas pelo pintor desse quadro.O tema é lugar comum mas a abordagem não. Primeiro por escolher uma mulher linda e forte como a enviada para levar as almas, ela está compenetrada, sua expressão é calma e séria. Percebe-se os tons azulados como se fossem raios da lua sobre a brancura da pele dessa deusa fúnebre. Tudo é sutil, delicado, feminino....
A prontidão com que o ancião recebe-a nos mostra não só a conformidade com aquele momento mas também reverência a algo importante. Creio que seja a morte ideal, não há embate, apego. O que mais nos atrasa nessa vida talvez seja também o motivo de desorientação no outro.

Como, quando e onde morreremos é um mistério mas podemos buscar mais o desapego, principalmente o material, para que possamos enfrentá-la com certa paz e tranquilidade.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Caminho

Levamos tantos anos para compreender um pouco melhor como nosso mundo e o ser humano funcionam. O fato é que a educação que recebemos inicialmente não coaduna com a realidade, daí levamos muito mais tempo para perceber quanto lixo nos foi incutido. Temos primeiro que nos “deseducarmos” dos vários equívocos que entram em nossa estrutura de raciocínio como imutáveis para então começarmos, quase do zero, a construir bases mais razoáveis para o nosso pensar sobre o mundo, sobre a vida.

Atualmente me sinto em constante mudança, a cada dia aprendendo um pouco mais, percebendo mais similaridades que diferenças entre seres de diferentes locais do planeta. Fico feliz por estar deixando a ansiedade (que sempre me comeu viva) vagarosamente ceder lugar a estados de espírito bem mais agradáveis e elevados. Ainda falta muito, mas a cada etapa, o caminho se torna mais interessante que o destino.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Tentativa & Erro


É gostoso desenvolver nossos planos, sejam relativos ao lado profissional ou pessoal, é algo que emociona e entusiasma qualquer um. Pensamos nos detalhes, procuramos mais informações sobre o tema, fazemos esquemas, organizamos etapas. Percebemos que cada detalhe nos aproxima um pouquinho daquele almejado objetivo.

Só que muitas vezes não fazemos o principal, nos lançar ou mesmo finalizar. Pensamos que o dia chegará, mas será que conseguiremos nos desvencilhar das “conveniências”, do “porto seguro”, dos obstáculos? São questões bem difíceis, pois encerram mudanças que nem sempre nos achamos corajosos para iniciar, mas são super necessárias à nossa renovação e aprendizado.

Mesmo que sejamos covardes demais para empreender o projeto ou, mesmo empreendido, que não dê certo, toda essa energia desprendida nunca é à toa. Precisamos entender que essa pode ser uma etapa inical para algo mais à frente.
Toda experiência é válida, basta usarmos as lentes corretas para avaliá-la!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Consumo do tempo da vovó

Muito se fala do consumismo desenfreiado que vivemos. Como reação a isso podemos verificar alguns movimentos tanto em outros países como no Brasil que mostram a possibilidade de sair dessa lavagem cerebral consumista. Quando penso que precisamos diminuir nossas compras, automaticamente penso também na necessidade de diminuirmos antes, o desperdício. Ele acompanha obviamente o consumismo pois estamos comprando mais do que podemos comer, usar, usufruir.

Dentre as várias medidas a primeira é a avaliação do que temos em casa que está quebrado e sem possibilidade de conserto ou aproveitamente, coisas que não gostamos e por isso estão “encalhadas” no armário, outras que simplesmente estão boas também mas enjoamos. Fazendo essa triagem do que jogar fora, do que ficar e do que pode ser doado, além de se conseguir um melhor aproveitamento de espaço ainda fazemos com que pessoas otimizem aqueles materiais dispensáveis para nós.

Aprender algumas coisas do tempo da vovó também ajuda, como: fazer o mínimo com agulha e linha (bainha de calça, pregar um botão, reforçar uma costura), doces de frutas para aproveitá-las bem como reformular as comidas que sobraram. Lembro que hoje em dia isso é uma necessidade tanto para as mulheres como para os homens.

Temos que reagir ao que tentam nos impor como ordem mundial, não “temos” que ser ricos, ter carro novo, celular que grava, tira fotos, filma e dá cambalhota, não precisamos de tantos produtos para sermos felizes....mas precisamos estar conscientes do que somos e qual direção queremos tomar em nossas vidas.