quarta-feira, 17 de julho de 2013

“Torna-te o que tu és” - Nietzsche


Temos uma essência, um conjunto de características: personalidade, talentos, gostos, defeitos e qualidades. É uma mistura única no universo, com a qual nascemos e, tudo indica, não escolhemos previamente. Essa exclusividade não significa qualidade necessariamente, mas serve de ponto de partida para entendermos a busca interior que essa nossa existência encerra. 

Nascemos completamente ignorantes de quem e como somos, quais talentos carregamos e o que precisamos fazer nesse mundo para alcançarmos a completude. Aos poucos o viver nos mostra, através do convívio com pessoas e situações impostas pelo “caminho”, o(s) motivo(s) de estarmos aqui. Vamos conquistando maturidade e sabedoria, ora transpondo obstáculos ora mudando de direção quando perdemos uma batalha.

O auto-conhecimento nos traz boas e más notícias e o tratamento que daremos a essa conscientização dependerá muito dos princípios que absorvemos até aquele momento. Quando não gostamos do que vemos em nós, é um bom sinal,  pois nos ajuda a perceber os rumos para mudanças, necessárias ao cumprimento de etapas, que nos direcionará, gradativamente, às  transformações.

Acredito num destino, numa missão individual que devemos nos esforçar em conhecer, pois a concretização da mesma está diretamente ligada a realização pessoal e qualidade espiritual que teremos ao longo da vida, principamente no final. 

5 comentários:

Anônimo disse...

Somos humanos, portanto limitados à nossa condição transitória embora, originalmente, não tenhamos consciência disso. Nascemos e, por algum tempo, sustentamos a crença de que somos únicos, especiais e que todo o universo conspira ao sabor de nossos anseios. Nascemos “deus” e ao longo de nossa existência desconstruímos, desmistificamos a imagem do outro lado do espelho.

A ignorância é mãe da felicidade. Todo aprendizado é doloroso, não pelo processo em si, mas pelo fato de revelar o caráter irremediável de nossas limitações. Entendo e aceito!

Mas ainda assim há o livre arbítrio e o “direito” de crer que a impotência gerada pela consciência de que somos um projeto inacabado não deve ser encarada como verdade final. Perdoa. Em tempos de Jornada da Juventude e de Papa Francisco, acho que tô meio confuso.
Uma boa semana!

Helena Erthal disse...

Olá, obrigada pelo seu comentário. tenho alguns pontos a ponderar contigo. Não acredito em verdades finais, mesmo porque existem os diferentes pontos de vista para diversificar parâmetros. A consciência de que somos um "projeto" à ser trabalhado não gera impotência no ser humano, ao contrário, deve gerar um anseio de transformação e aperfeiçoamento. por outro lado, desculpe a franqueza, encaro a visita de qualquer líder religioso, como a jornada para angariar novos fiéis, mais nada.

abraços,

Helena Erthal disse...

olá novamente, me desculpe, ao ler novamente meu comentário achei-o ríspido, o que não foi minha intenção.

abraços

Anônimo disse...

Ola,
Não achei que tivesse sido ríspida. Isso pode acontecer quando confrontamos opiniões. E, se o fazemos através do papel, o conteúdo pode se revestir de um quê de frieza. É natural. Da mesma forma, gostaria de deixar claro que o comentário anterior não aponta para qualquer convicção religiosa. Mesmo porque não as tenho. Quando disse que somos um projeto inacabado não cravei um rótulo ou condição estanque. O contrário seria pensar que estamos “prontos”.
Quero crer que não há divergência entre o que pensamos. São vertentes paralelas de uma mesma raiz. Talvez eu não tenha enquadrado corretamente os conceitos impotência e limitação. Como, da mesma forma, não falava sobre um “Deus Divino”. O que tentei expressar faz parte de uma visão leiga, simplória mesmo, do “homem deus” caracterizado por Nietzsche.
Abraços.

Helena Erthal disse...

muito obrigada por sua participação, é enriquecedor trocar ideias contigo.

abraços,
helena