quarta-feira, 6 de maio de 2009

Rubem Grilo

Vi um pequeno documentário sobre Rubem Grilo e sua obra (Canal SESC TV) e não precisou muito para vibrar com suas xilogravuras. Ele só se utiliza dessa técnica mas com total maestria e requinte. Não economiza em habilidade e criatividade. Nota-se certa influência de Escher, entre outros que se utilizaram da gravura como expressão, num surrealismo que absorve toques contemporâneos. Ele passa em seus trabalhos imagens que fazem qualquer pessoa parar e tentar desvendar as figuras da composição, iniciando pelas partes e desconcertando a cada detalhe. Ele harmoniza o caos de uma forma única.

Seu atelier é despretencioso tal e qual seu dono, Rubem explica seu trabalho e um pouco de sua trajetória numa postura simples e tranquila, sem expressões de impactos e terminologias retumbantes.
Esse tipo de artista não precisa, e penso que também não queira, ser apelativo ou fazer parte da histeria que circunda o mercado de arte. Seu trabalho hoje é valorizado e isso já deixa qualquer apreciador do genuíno feliz. Gostaria que mais artistas do calibre dele conseguissem chegar ao reconhecimento.

Um comentário:

Ricardo Kersting disse...

Oi Helena.
Lembrança maravilhosa de Rubem Grilo. Artista do silêncio, como costumo chamar aos que se dedicam à gravura. São técnicas de elaboração detalhada que exigem uma grande dose de paciência, bem como concentração. Penso na gravura como a antítese da escultura, mas percebo semelhanças em suas origens. Tanto uma quanto a outra partem de um planejamento prévio, tanto o gravador como o escultor precisam saber com antecedência o resultado de um trabalho que ainda não foi realizado.

A tua análise com relação ao trabalho do artista está perfeita, basta olhar para a imagem que publicaste. Gostei também da correlação entre a obra e algumas pinceladas leves sobre o ser humano que está atrás dela. Tua percepção te daria fôlego para ir mais longe, mas escreveste apenas o suficiente. muito bom.
Beijos