terça-feira, 8 de outubro de 2024

Jeito Antigo

 



 Ir na caixa do correio e encontrar algo personalizado para nós, é hoje um privilégio.

Mesmo com todas as formas mais modernas de comunicação, creio que não há nada que se compare com o recebimento de uma carta por correio. Digo carta de verdade, escrita por alguém que tem uma ligação afetiva real e com reciprocidade.

Desde sua concepção há um vagar, um tempo que alguém destinou para agrupar notícias, estórias e sentimentos em palavras, totalmente direcionadas à você. Uma carta nunca é igual a outra, mesmo que a pessoa vá contar a mesma estória para outra pessoa, ela vai usar diferentes palavras, pois o sentimento em relação aos outros difere.

A carta que escrevemos para alguém é única, espera-se a oportunidade para contar as notícias, boas e ruins, com o empenho de não precisar explicar mais nada, que aquelas palavras bastem para o entendimento do outro sobre determinada experiência vivida.

É muito bom descobrir o envelope na caixa, identificar a letra do remetente, e antecipar o momento de “estar” com aquela pessoa que está longe.

Abrir o envelope com cuidado para não rasgar a carta, desdobrá-la e finalmente ler, atentamente. Por alguns minutos o tempo pára, nos transportamos para a narrativa, construindo imagens e percebendo sentimentos. Já meio tristes de chegar ao fim, retomamos a realidade e o tic-tac do relógio volta a ser percebido.

2 comentários:

Saulo Flaneto disse...

Tu acabas de reviver a beleza do simples de Mario Quintana... Mágico!!!

Helena Erthal disse...

Oi Saulo bom te ver por aqui...meu único leitor, incrivelmente entusiasmado, mesmo sendo o único na "platéia"...rsrsrsrs