Atualmente enfatiza-se
demais a conservação da auto-estima das pessoas em detrimento do enfrentamento
das situações de rejeição, fragilidade moral e psicológica. Infelizmente, penso
que seja uma fuga da realidade evitarmos revelar aos envolvidos a real situação
e/ou razão de insucessos. Inevitavelmente terão que enfrentar algum dia, e essas
pessoas ficarão cada vez mais frágeis com o passar do tempo. Obviamente me
refiro a comunicar, com tato e respeito, o necessário para a pessoa entender a
situação.
Outro efeito dessa
falta de transparência nas relações é a reincidência dos erros e falhas, tanto
em vivências laborais como afetivas. Afinal não se esclarece os motivos reais e
assim as pessoas não sabem como corrigir ou mesmo nem imaginam que estejam
precisando ajustar algum comportamento ou atitude.
Naturalmente não é fácil ouvir críticas, por
mais bem colocadas que sejam. Quando é com a gente, temos nossas barreiras de
negação, porém é a única forma de “sacudir”
nossas mentes para entrar em reflexão e pesar cada ponto abordado. Essa análise
nos possibilita avaliar se temos tal comportamento/atitude com outras pessoas e/ou
ambientes; assim iremos elencar exatamente os aspectos relevantes de uma tomada
de consciência, e possívelmente criar uma atmosfera mental propícia para ajustar o nosso ‘modus operandi”.
Esse tema foi
abordado, principalmente por ter, recentemente, recebido um feedback negativo
de minha mãe sobre a maneira, às vezes, intensa de me expressar e de sentir.
Fiquei surpreendida e triste inicialmente mas depois refleti e pude verificar
que poderiam ter outras pessoas com o perfil da minha mãe e que eu deveria
mudar minha maneira de lidar também.
Só ainda não sei
como ficará a qualidade das relações com essas pessoas que irei restringir
minha espontaneidade para oferecer um ambiente mais ameno. Digo isso pois
quando a gente vai iniciar uma mudança é como falar uma outra língua, primeiro
a gente pensa em nosso idioma(agir de nosso jeito original) e depois traduz
(filtra) para o outro. Assim, provavelmente serei bem mais calada e pouco
expressiva daqui por diante com algumas pessoas, mas depois de longa reflexão,
cheguei a conclusão que será mais positivo para mim do para elas. Aprenderei a
me expressar espontaneamente somente àquelas que curtem esse meu jeito de ser, estando
mais tranquila em manter um ambiente livre de tensões com as outras.
O que me trouxe
paz ao fim dessa reflexão foi chegar a conclusão que, apesar dos 59 anos de
idade, me percebi aberta a ouvir críticas e buscar mudanças.
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