quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Poema - Anônimo

Dor de navio partido
À luz de névoas incertas
Sonho naufragado, sentido
Fôlego sem chance
Afogado

Correnteza que mudou com o vento
E levou-me de volta a nenhum lugar
Onde um dia sorriu-me o nascente
E logo em ocaso mergulhou no mar

Solidão antártida, isolada tristeza
Montanha de cristal, sepultura e beleza
De um começo de brilho, pobre carvão
Que por um instante em diamante se quis

Fria madrugada, suave adaga a tirar-me o sorriso
Último som, distante esperança, carícia estertora,
Magoada,
Última flor que desabrochou na geada

Para sempre aurora de um dia jamais.
Para sempre matiz de tela imperfeita,
pintura incompleta do último silêncio
.

Nenhum comentário: