terça-feira, 14 de julho de 2009

Vivendo no Sagrado - Joseph Campbell

"Tomás de Aquino diz que o objeto estético sugere três momentos: "integritas" - integridade, "consonantia" - harmonia e "claritas" - radiância.

Agora, quando você tem integritas, a totalidade dentro de um quadro assim, a única coisa que conta é a colocação harmoniosa de tudo, a consonantia, aquilo que J.Joyce chama de "ritmo de beleza", que inclui o relacionamento entre as cores, entre as massas e entre os espaços intermediários. Todos esses elementos fazem parte do ritmo harmonioso. quando o ritmo é produzido de forma adequada, a pessoa experimenta a claritas, a radiância: ela vê que o objeto estético é o próprio e não outra coisa, e se mantém em enlevo estético.

Em termos simples podemos dizer que , quando uma situação ou fenômeno evoca em nós um senso de existência, teremos passado por uma experiência desse tipo. O senso de existência evocado pode ser raso ou profundo, mais ou menos intenso, segundo nossa capacidade ou prontidão; mas até um breve choque pode gerar uma experiência da não-mente: quer dizer, a ordem poética, a ordem da arte."

2 comentários:

Ricardo Kersting disse...

Oi Helena

A integridade, harmonia e radiância formam a poética da arte.
A poética é aquele tênue "fio de ouro" que liga aquele que cria com aquele que vê. Muitas vezes isso não funciona, não em razão da ausência dessas três entidades, mas pela ausência da arte. Uma obra pode ter tudo isso, ser um sucesso e não ser arte. O contrário também é verdadeiro, em alguns momentos não percebemos a poética, não vemos harmonia, integridade e radiância, no entanto podemos estar à frente de uma obra prima.
Beijos

Helena Erthal disse...

Ricardo,

concordo com vc quando diz que um objeto estético pode ter todos esses elementos(integridade, harmonia e radiância) e não ser arte, porém, se o mesmo evocar o tal "senso de existência" ou a experiência da "não-mente", é aí que a arte se legitima.
beijos