segunda-feira, 8 de junho de 2015

“Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida.”(José Saramago)


Me impressiono ao perceber o quanto as pessoas se sentem cada vez mais carentes e solitárias com todo esse aparato eletrônico e suas múltiplas facilidades de comunicação. Já se tornou um comportamento compulsivo estar constantemente preso a esses eletrônicos. Vê-se o bebê a mãe e o pai num restaurante, sem se falarem, porém, todos operando seus brinquedinhos.
  
As pessoas perderam a satisfação de estarem simplesmente  com elas mesmas, ou, estando com alguém, simplesmente conversar e poder olhar a expressão da pessoa, percebendo sua expressão, o movimento de suas mãos, o tom de voz e, principalmente, o seu olhar. Cada vez mais desconfortáveis quando em silêncio e/ou sozinhas, precisam manter o tempo todo, o ir e vir das mensagens, mensagens, mensagens, mensagens, mensagens....

Indivíduos que se sentem incompletos e buscam nesse roldão de contatos a parte que falta. Dessa forma, não percebem a riqueza adormecida em suas personas e o quanto estão repletas de possibilidades incríveis. Não sabem o que fazer com suas vidas, não cultivaram sua energia interior, necessária para se sentirem plenos e fortes diante dos desafios da vida.

5 comentários:

Anônimo disse...

Solidão, boa Helena. Solidão é o que os espera no final dessa estrada. Estamos assistindo a geração de uma sociedade cada vez mais superficial, vazia de valores e emoções. Pessoas "banda larga" que sabem de tudo mas não conhecem nada. Eles têm inúmeros seguidores no face, Twitter, mas ninguém pra caminhar ao lado e, silenciosamente, deitar um no outro aquele olhar de cumplicidade

Helena Erthal disse...

Oi Saulo,
tem toda a razão, mas ainda tenho esperanças que, com o avanço da idade, as pessoas passem a perceber a riqueza desses momentos tão simples e carregados de significado. A maturidade faz grandes transformações.
beijos
helena

Anônimo disse...

Sim, Helena,
a maturidade amansa os corações e engrossa a armadura. Mas pagamos por isso com o ímpeto, a espontaneidade e a inocência que deixamos escorrer por entre os dedos. Penso que a perda da inocência, a desconstrução das utopias, assim como a eliminação da ignorância joga um pesado fardo sobre o ser. Não desejo alimentar a ideia do binômio simplicidade/felicidade, mas esse mundo real demais, sem trocadilho, é uma facada em cada esquina. Como vc bem disse, a saída e buscar um ponto de equilíbrio, ainda que seja no fio da navalha a que nos expomos diariamente. Por isso, acredite, invejo essa serenidade que emana dos seus textos e "acho", me perdoa, que vc deveria produzir mais ou mostrar mais. Sem querer ser invasivo, apenas uma sugestão...
Abcs!
Saulo

Helena Erthal disse...

oi Saulo,

fico muito feliz por alguém apreciar meus textos. Escrevo por necessidade de desabafar e verifico pouca identificação das pessoas, você é uma exceção, na realidade. Mas vou tentar produzir mais...rsrs. Por outro lado gosto muito da perspectiva em que coloca os temas que apresento. Você se expressa muito bem e deveria abrir seu blog para nos brindar com o extrato de suas ideias, leituras etc.

beijos
helena

Anônimo disse...

Boa tarde, Helena.

Retornemos ao Pequeno Príncipe, na máxima emblemática de Sant-Exupéry: "você é responsável por quem cativa". Num primeiro momento ela se aplicaria a sua escrita. Por outro lado esse mesmo gênio disse que "...a felicidade o que é senão o calor dos actos e o contentamento da criação?". E mais disse ainda, "... aqueles que ouvem subtilmente os poemas alheios sem escreverem os poemas próprios, aproveitam-se do oásis sem o vivificarem,...". Dito isto, boa Helena, prefiro beber na fonte de seus belos textos, verdadeiramente cativantes, a ser levado de roldão na turbulência de processos criativos que, no mais das vezes, me colocariam em isolamento. Ainda não me sinto preparado pra isso, ou de outra forma, melhor seria fazê-lo sem interferência de fatores externos presentes no meio cotidiano. Ainda falaremos sobre isso...

Beijos