Ultimamente percebo o quanto as pessoas reclamam
sobre a falta de respeito nas relações cotidianas em todo tipo de situação/lugar.
Dizem também que falta paciência entre
as pessoas. Na verdade ninguém quer ouvir o outro, pois parece que somente um
lado tem a verdade. Se existe na pessoa o conceito de ouvir como parte de um diálogo (você fala/você ouve e vice-versa),
não é uma questão de paciência e sim do justo modo de se conversar, algo
ancestral. Outro chavão que não leva a um convívio sadio são as pessoas que se
proclamam como “ pavio curto” como justificativa para serem intolerantes.
Ninguém
precisa concordar com as ideias alheias, simplesmente precisa perceber o
momento que a conversa não irá mais prosperar e finalizá-la sem agressões.
A intolerância e a falta de respeito ao próximo está em todo
lugar, é internacional, o crescimento do
neonazismo na Europa bem como os conflitos religiosos e étnicos no mundo são
exemplos assustadores que vivemos hoje. Não adianta ditar o “políticamente
correto”, que tenta regrar cada palavra que se fala em público ou na mídia e
colocar em Leis os rudimentos do trato pessoal, é preciso consciência. Sendo
assim, vejo como única esperança a educação, não somente a formal (nas
escolas), mas principalmente a familiar, que poderá com o tempo melhorar as
relações entre as pessoas.
Nos anos oitenta achávamos “caretas” as pessoas
que se comportavam com a chamada “cerimônia”...Penso que nunca se precisou
tanto do uso da cerimônia entre as pessoas como hoje. Era impensável que visitando
uma amiga da escola abríssemos a geladeira para nos servir, hoje as crianças
não olham nem para a dona da casa, entram e fazem o que querem . Infelizmente
da cerimônia passamos ao abuso.
Não vamos mudar o mundo, porém, estarmos mais conscientes e nos controlar, tratando com moderação
assuntos polêmicos e momentos tensos. Não esquecendo que a educação e os bons
modos devem permear qualquer contato humano. Caso não nos tratem com a mesma
deferência, o melhor é o silêncio e sair do ambiente, tentar conversar com
pessoas sem educação é buscar o conflito.