Enquanto a
brisa passa, toca…limpa …inspira....me entrego ao movimento que a vida oferece, dançando sob a luz do sol...simplesmente
solta..leve!
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Wabi Sabi
"Estamos falando de uma sensível visão de mundo que em seu conceito mais básico apresenta a beleza encontrada no imperfeito, incompleto e impermanente. Uma consciência estética que quando trazida para a esfera material abre o caminho para uma beleza capaz de fazer a vida mais agradável.(...) É como observar a serenidade de folhas caídas no chão e descobrir a beleza intrigante e singular de uma rachadura em um vaso de cerâmica" (Laura Sugimoto Gonçalves - fragmento copiado do site http://watisabiatelier.com )
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Estive lendo um pouco
sobre o conceito Wabi Sabi, uma diferente apreciação dos seres e coisas do
mundo que se iniciou no Japão, no século
XII, divulgado pelo Zen Budismo.
No mesmo site que cito
acima, a autora define as palavras
separadamente, enfatizando que não há uma tradução exata pois existe abertura
para outras interpretações:
Sabi: A impermanência da vida, a transitoriedade, a ação do ciclo do tempo, marcas que resultam do simples fato de existir."
Percebo que é, antes
de tudo, uma filosofia que mostra o valor que o tempo e a maturidade confere a natureza, aos objetos, ao nosso corpo, aos
nossos pensamentos e, principalmente à nossa essência. Quando ajustamos nosso
olhar para os princípios Wabi Sabi, novas imagens nos atingem, diferentes valores
são atribuídos a tudo o que nos relacionamos. É a beleza das mãos de um
lavrador, que revela as marcas de sua jornada e registra ali: trabalho, habilidade, esforço, sabedoria,
dignidade, simplicidade...Nos leva a uma leitura mais madura dos sinais, nos dando
a oportunidade fantástica de alcançar novos saberes e percepções.
É o que se adquiri quando se lê um livro
interessante, não adicionamos simplesmente à nossa mente o que o autor pensou e
escreveu, isso é dele, o mais interessante e rico é o conhecimento produzido
por nós, que mistura as ideias do livro com nossa bagagem intelectual nos
revelando um terceiro saber, único e legítimo, isso é Wabi Sabi também.
O conceito estético do
Wabi Sabi atinge sobretudo o ambiente que vivemos e seus objetos, sendo também
muito transformador, particularmente em um mundo que desvaloriza o velho, o
usado, o gasto...ou seja, o que entendem por coisas ultrapassadas e prementes
de descarte. Wabi Sabi vem nos mostrar o valor do que é feito com as mãos,
artesanalmente, aceitando as possíveis imperfeições como registro humano, não
como falhas em si. É notar a energia de cada material pois todos os detalhes
influenciam o ambiente e atinge diretamente o nosso bem estar.
Aprender a viver (bem)
a impermanência é uma constante presença em minha mente. É a busca em aceitar o
que inevitavelmente temos que vivenciar seja bom ou ruim. Pensar que somente
coisas positivas virão às nossas vidas não nos ajuda, pois as negativas terão seu momento de chegar também. Essa “aceitação” é um dos maiores desafios da vida, no entanto,
se chegarmos a viver bem esse aspecto, a felicidade nos virá serenamente e genuína,
bem como a prontidão para as situações, conquistada lentamente, guiando-nos
sabiamente nos caminhos ainda não trilhados.
Assinar:
Postagens (Atom)